"Sempre acreditei que seria absolvido. Cinco meses foi mais do que eu esperava, até porque não tinha culpa nenhuma nessa história. Acreditava piamente na minha inocência e foi importante que provei isso", explicou o atleta, que testou positivo para hidroclorotiazida em exame antidoping realizado no dia 18 de julho, quando disputava o ATP 250 de Bastad, na Suécia - ele foi eliminado na estreia.
A substância é proibida pela Agência Mundial Antidoping (Wada, na sigla em inglês) e em sua defesa Thomaz Bellucci enviou frascos do multivitamínico, que teriam tido contaminação cruzada, para análise em laboratórios dos Estados Unidos e Canadá, que comprovaram a contaminação em diversos frascos. Ele também fez exames de urina e cabelo, voluntariamente, para tentar provar sua inocência. "Não tinha a mínima noção que aquela substância estava nos meus suplementos".
Como atleta de ponta, Thomaz Bellucci precisa tomar suplementos para repor as vitaminas que perde quando treina e joga. E fazer uma fórmula personalizada com tudo aquilo que ele precisa para repor os nutrientes em seu corpo é comum e, por isso, muitos jogadores utilizam as farmácias de manipulação. "Tomei apenas minhas vitaminas, coisa que qualquer atleta faz. Não tinha a mínima noção de que aquela substância estava nos meus suplementos".
Após esse episódio, Thomaz Bellucci prometeu processar o laboratório e tomar as medidas cabíveis. "Sempre pesquisei um bom laboratório, de confiança, achava que estava tomando aquilo que era bom para mim. Sempre tive muito cuidado com isso, mas a gente precisa repor sais minerais e carboidratos. Sei que não foi um erro meu", continuou.
A ITF analisou os argumentos de Thomaz Bellucci, mas optou por punir o jogador, por achar que ele tem a sua parcela de culpa. De qualquer forma, diante das explicações, a entidade colocou uma pena branda, de apenas cinco meses, em uma situação que poderia tirar o jogador de ação por até quatro anos caso pegasse a pena máxima.
"A ITF considerou também a reputação do Thomaz. Se alguém pode entender que houve um grau de culpa, ele foi baixíssimo. Não houve julgamento, houve um acordo entre as partes, com perda de pontuação e premiação apenas do ATP de Bastad", explicou Pedro Fida, advogado especialista em doping e sócio do Bichara e Motta Advogados.
Um dos argumentos utilizado é que a hidroclorotiazida não traria benefícios ao tenista. "Essa substância só faz o atleta perder líquido, o que não condiz com o perfil dele, que perde quatro quilos por partida. E ela não teve intenção de mascarar o uso de outras substâncias proibidas. Comprovamos pela análise do cabelo que ele não havia consumido nenhuma droga social ou substância dopante".
Nesta quinta-feira, o jogador embarcou para os Estados Unidos, onde vai morar e treinar, e já pensa na sequência da temporada. O tenista de 30 anos, nascido em Tietê, no interior paulista, não entra em quadra desde o US Open, em agosto, e vinha se recuperando de uma ruptura do tendão de Aquiles.
"Estou bem otimista. Refleti minha carreira, foi um momento de mudança, estou bem confiante e agora em janeiro vou treinar bastante para começar fevereiro com tudo. Com um resultado bom, acho que consigo voltar a ficar entre os top 100", concluiu Thomaz Bellucci.
Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.