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Região quita R$ 707 mi de R$ 1 bi em restos a pagar

Dívida de curto prazo foi herdada de gestões anteriores e atrapalhou os atuais prefeitos

Por Humberto Domiciano
Do Diário do Grande ABC
01/01/2018 | 07:00
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Nario Barbosa 20/10/17


 Prefeituras do Grande ABC encerraram o ano de 2017, marcado pelo começo de novas gestões, com o pagamento de R$ 707,4 milhões em restos a pagar – dívidas assumidas por serviços prestados em anos anteriores.

Os municípios de Santo André, São Bernardo, São Caetano, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra (Diadema não forneceu os números) começaram o ano passado com restos a pagar acumulados em pouco mais de R$ 1 bilhão (ver quadro ao lado). Ainda faltam quitar ou regularizar R$ 337,6 milhões nesses municípios.

Como base de comparação, com os recursos despendidos para quitação desse tipo de débito seria possível construir quase uma unidade hospitalar nos moldes do Hospital de Clínicas de São Bernardo em cada município. O equipamento, inaugurado em 2013, consumiu R$ 160,3 milhões.

Em Santo André, a gestão do prefeito Paulo Serra (PSDB) quitou R$ 207 milhões em dívidas herdadas da administração do ex-chefe do Executivo, Carlos Grana (PT). Ainda assim, restou saldo de R$ 113 milhões para ser quitado no futuro.

Ao longo do ano, o Paço andreense adotou medidas de redução de gastos, fez uma reforma administrativa e efetuou a venda de carros oficiais. A cidade ainda busca solução para o pagamento de R$ 1,7 bilhão em precatórios. Por outro lado, a expectativa é que a capacidade de investimento seja retomada em 2018.

As mesmas dificuldades foram registradas em São Bernardo, onde a gestão do prefeito Orlando Morando (PSDB) conseguiu zerar os R$ 200 milhões em restos a pagar deixados pelo antecessor, Luiz Marinho (PT).

Para o secretário de Finanças, José Luiz Gavinelli, o município foi afetado pelo volume das dívidas. “Assumimos com alguns fornecedores querendo parar o fornecimento por falta de pagamento. Tínhamos compromissos assumidos sem ter dinheiro em caixa. Fizemos um decreto que obrigou a análise dos pagamentos de restos a pagar por parte de uma comissão formada por funcionários de carreira, para dar transparência ao processo”, comentou.

Entre as dívidas herdadas em São Bernardo estava uma de R$ 10 milhões com a AES Eletropaulo e que acabou parcelada em 20 meses.

Mauá, por sua vez, pagou R$ 97 milhões e ainda terá saldo de R$ 46 milhões para quitar neste ano. A administração do prefeito Atila Jacomussi (PSB) precisou honrar compromissos na área da Saúde, o que afetou a capacidade de investir com recursos próprios. “Tivemos que repor recursos vinculados e ainda faltam R$ 8 milhões. Esses valores foram para a reforma de equipamentos e custeio. Ainda tivemos que complementar pelo menos R$ 2,7 milhões em precatórios. Esperamos que em 2018 seja possível usar recursos do Tesouro municipal em investimentos”, explicou o titular da Pasta de Finanças, Valtermir Pereira.

Na cidade de Rio Grande da Serra, o desafio foi maior e a gestão do prefeito Gabriel Maranhão (PSDB) liquidou apenas R$ 800 mil dos R$ 16,1 milhões deixados no último ano do primeiro mandato. O secretário de Finanças do município, Carlos Eduardo Alves, destacou que a cidade teve dificuldades para realizar qualquer investimento com recursos próprios. “Ficamos presos ao dinheiro que vem do governo federal e do governo estadual. Por conta disso, estamos trabalhando para ampliar a arrecadação, na gestão financeira com redução de contratos e também na revisão de gastos para melhorar a situação”, detalhou ele.




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