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Reiner Tenente comenta sobre coreografia de 'Dançando na Chuva'
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24/12/2017 | 09:30
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Reiner Tenente não é apenas um ator de teatro musical - também produz, dirige, é sócio criador do CEFTEM (Centro de Estudos e Formação em Teatro Musical), no Rio, e estuda com profundidade as origens do gênero. Aos 33 anos, Tenente é um especialista apaixonado.

Com uma carreira iniciada em 1990, ele acompanha o aprimoramento do musical no Brasil, enfrentando papéis cada vez mais desafiadores. Em dezembro, encerrou a bem sucedida carreira de Cantando na Chuva, para o qual estudou sapateado por mais de dois meses. Em março, estreia como ator o espetáculo MPB - Musical Popular Brasileiro, sob a direção de Jarbas Homem de Mello (que brilhou em Cantando), e, em paralelo, desenvolve um dos grandes projetos de sua trajetória: a montagem de Company (1970), um dos grandes trabalhos do americano Stephen Sondheim, que já teve uma brilhante versão, em 2000, assinada por Charles Möeller e Claudio Botelho. Sobre os projetos, Tenente conversou com a reportagem.

Qual foi seu maior desafio em Cantando na Chuva?

O sapateado. Nunca fiz um espetáculo com tantas cenas difíceis. Faço sapateado desde 2000, mas nunca continuamente. Aí precisei fazer um estudo técnico profundo e, dois meses e meio antes do início dos ensaios, vim semanalmente a São Paulo para ensaiar com a coreógrafa Chris Matallo e, no Rio, estudei com Patrícia Carillo, da Academia do Tap.

Como estudioso de musicais, você acredita que o Brasil está em qual nível em relação a outros países?

O Brasil está na redescoberta de sua linguagem de musical. Desde o final do século 19, já tínhamos um potente. Agora, vivemos uma redescoberta, descobrindo novas possibilidades e um musical com a nossa cara.

Você vai montar Company, um grande trabalho de Sondheim. Qual o maior desafio?

É a obra de Sondheim que mais me afeta, a mais genial. Aqui, os personagens têm uma complexidade profunda, mesmo parecendo, a princípio, rasos - olhando com critério, é possível descobrir camadas profundas e contemporâneas. O que me toca em Company é a liquidez, a superficialidade das relações. Nesse musical, a relação é tratada de forma a levantar questões pertinentes e o desafio é falar dessas questões contemporâneas a fim de afetar o público de hoje. Company fala muito sobre essas questões de se ter, ou não, uma companhia. A tecnologia de hoje, tão imediatista, por meio da qual as pessoas se conhecem e se distanciam em uma velocidade tão grande, é quase cruel.

E o que pode adiantar de MPB - Musical Popular Brasileiro?

Meu personagem é cômico, que é um tipo que amo fazer. Tem uma pegada do Teatro de Revista, especialmente o humor e a irreverência, que fazem parte da nossa tradição. Como fiz mestrado sobre a História do Teatro Musical Brasileiro, percebo muitas características da tradição do nosso teatro nesse espetáculo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.




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