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Suíça investigará contas de Pinochet e vínculo com tráfico de armas
Da AFP
30/01/2006 | 13:36
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A Suíça aceitou um pedido do Chile para investigar as contas bancárias supostamente relacionadas ao ex-ditador Augusto Pinochet e suas possíveis ligações com o tráfico de armas.

A comissão rogatória foi transferida pela justiça suíça para o Ministério Público suíço para que sejam realizadas as investigações necessárias, informou Folco Galli, porta-voz do Escritório Federal de Justiça.

"Mas também solicitamos ao Chile esclarecimentos sobre uma pessoa mencionada na documentação recebida, para saber se ela é acusada de crimes comuns ou fiscais", informou Galli, sem dizer de quem se trata.

A Suíça não coopera judicialmente quando se trata de investigar delitos fiscais, pois os considera faltas administrativas redimíveis por multa, salvo as fraudes impositivas com falsificação de documentos.

O pedido do Chile foi motivado por um informe da Comissão Antilavagem do Senado dos Estados Unidos, que revelou a existência de várias contas do ex-ditador chileno em bancos americanos, com fundos que totalizavam cerca de US$ 12 milhões.

A Justiça dos Estados Unidos nunca conseguiu determinar com clareza a origem desses fundos, e por isso pediu aos tribunais chilenos que solicitassem a ajuda da Suíça e de outros países.

A comissão rogatória do Chile pede informações sobre uma conta atribuída a Pinochet, que foi aberta na filial de Zurique do Banco Atlântico, instituição que agora pertence ao Banco Sabadell, o quarto maior banco da Espanha. Essa conta foi posteriormente transferida para o escritório do Banco Atlântico em Gibraltar, atualmente de propriedade do European Financial Group da Suíça.

A Justiça chilena solicitou informações sobre Oscar Aitken Lavanchy, um gestor chileno a serviço de Pinochet, que tinha contas em dois bancos de Genebra, o Dresdner Bank e a União Bancária Privada.

Por outro lado, o Chile pediu à Suíça que investigue a venda de 25 aviões Mirage da Bélgica para o Chile em 1995, uma transação que custou US$ 109 milhões.

A Justiça suspeita que essa operação tenha gerado uma comissão oculta de US$ 15 milhões depositada no Clariden Bank de Zurique em nome de Carlos Honzik, um húngaro naturalizado chileno que foi identificado como um suposto testa-de-ferro de Pinochet.

O Chile também pediu que o cidadão suíço Edwin Herbert Strasser fosse interrogado. Ele é o interlocutor de Honzik na empresa suíça de armamentos Mowag, que vendeu para o Chile a tecnologia para a fabricação de carros de combate.

A Justiça chilena suspeita que nas transações realizadas nessa ocasião ocorreram irregularidades financeiras.




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