Município e entidade voltam a falar a mesma língua sobre valores de dívidas; Atila garante pagamento a demitidos
A Prefeitura de Mauá e a FUABC (Fundação do ABC) começam a falar a mesma língua no que se refere à dívida cobrada pela entidade referente a serviços prestados e não pagos pelo município a dois meses do fim do contrato.
Ontem, em reunião entre comissões das duas partes, os valores voltaram a ser debatidos. Enquanto a FUABC reivindica passivo na ordem de R$ 123 milhões, o município discorda do débito e pede comprovação desse deficit.
Embora o caso não tenha sido encerrado definitivamente no encontro de ontem, os discursos da FUABC e do governo do prefeito Atila Jacomussi (PSB) já indicam início de consenso. “Os valores da dívida da Prefeitura com a FUABC, apesar de ainda divergentes, já estão muito mais próximos, o que sinaliza que as partes possivelmente chegarão a um número consensual em breve, com solução definitiva para a situação”, informou a entidade, por meio de nota.
Atila, por sua vez, disse que “foi uma conversa muito boa com a Fundação”. O chefe do Executivo revelou que pautou na reunião o imbróglio que envolve o não pagamento de direitos trabalhistas a servidores demitidos que atuavam nos equipamentos de Saúde da cidade via FUABC. “Estamos trabalhando duro para poder liberar o FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) e o seguro-desemprego de quem foi desligado da FUABC em Mauá. Estou otimista. Acredito que o mais rápido possível conseguiremos solucionar esse impasse. Estamos dependendo de recurso do governo do Estado, de repasses para Mauá que estão em atraso. O governo do Estado nos deve R$ 6,5 milhões no complemento do custeio da Saúde”, destacou o prefeito, sem citar datas.
O caso já se arrasta desde o primeiro semestre e, na terça-feira, ex-funcionários da entidade paralisaram a sessão e ocuparam o plenário da Câmara por cinco horas. “Estamos dialogando com os verdadeiros trabalhadores. Porque há muita interferência política, muita gente do meio político querendo pegar carona. O movimento (de terça-feira, na Câmara) foi político. Tanto que fizeram parte o presidente do PT (Getúlio Júnior) e do Psol (André Sapanos)”, frisou Atila.
Na tarde de ontem, o governo informou que a reunião com grupo de demitidos para debater a solução do impasse não ocorreu porque os ex-funcionários “não apareceram”. Por outro lado, o grupo alegou que o local onde ocorreria a reunião teria sido mudado da FUABC para o Paço de “última hora”. Esse bloco também realizou protesto na região central e acusou funcionários da Prefeitura de impedirem a manifestação com agressões. O caso foi registrado no 1º DP (Centro).
Embora iniciem acordo, o futuro da FUABC em Mauá segue incerto. O contrato vigente vence no fim de fevereiro e a entidade externou formalmente interesse em continuar gerenciando a Saúde do município. Entre os equipamentos está o Hospital de Clínicas Doutor Radamés Nardini.
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