Segundo um levantamento feito pela Economática a pedido do jornal O Estado de S. Paulo, as empresas que fizeram IPO de 2004 a 2017 tiveram um retorno médio de 17% no acumulado até 30 de novembro deste ano. No mesmo período, o Ibovespa apresentou retorno de 8,4% e o CDI, de 8,9%, segundo dados consolidados pelo professor de economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Joelson Sampaio.
"É bom ficar de olho nas empresas que fizeram IPO como investimento. Mas é importante também lembrar que estamos falando de uma cesta de ativos, então nesse grupo temos companhias com retornos bons e ruins", alerta Sampaio.
Para encontrar a melhor opção de investimento em IPOs, o economista recomenda buscar informações sobre o histórico da empresa e do setor no qual ela atua. "Se a empresa é nova e atua em um setor ainda em consolidação, o risco é maior e a indicação é esperar", explica Sampaio.
A mesma recomendação é feita por especialistas da XP Investimentos, Nova Futura Corretora, Ourinvest e Planejar: para empresas consolidadas, o risco tende a ser menor e, portanto, os papéis são mais indicados.
"A vantagem de apostar em uma empresa nova é que, se ela for bem-sucedida, você terá um retorno grande", afirma o planejador financeiro pela Associação Brasileira de Planejadores Financeiros (Planejar), Michael Viriato.
O economista-chefe da Nova Futura Corretora, Pedro Paulo Silveira, também vê com bons olhos a compra de ações em IPOs, mas ressalta: "Desde que o investidor saiba o que está fazendo e conheça a proposta de valor da empresa."
Um IPO que promete movimentar o mês de dezembro é o do Burger King. Segundo Silveira, o investimento mínimo para comprar as ações é de R$ 3 mil e, no máximo, R$ 1 milhão.
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O melhor momento para entrar ou sair - dúvida comum para quem não é investidor habitual de renda variável - não deve ser considerado como o principal ponto da estratégia. Para especialista, antes de qualquer coisa, o investidor precisa definir o retorno esperado. Mauro Calil, da Ouroinvest, diz que há investidores que buscam 20% de retorno e quando isso acontece, ele vende a ação.
Outro tipo de investidor é o que faz o "flipping", quando a ação é vendida no primeiro dia de negociação. "O investidor que faz isso tem ganhos de 3% a 5% num dia, para alguém mais agressivo e que olha o curto prazo, é uma possibilidade", explica Calil.
Mas para Silveira, da Nova Futura, a prática de flipping, que já deu retornos altos em anos anteriores, não é mais vantajosa. "Eu não recomendo o flipping, porque a tendência de uma empresa ao fazer IPO é apresentar resultados melhores ao longo do tempo", justifica. Ele sugere que o investidor fique pelo menos seis meses com a ação em carteira.
O sócio de mercado de capitais da XP Investimentos, Bruno Constantino, destaca que alguns estudos difundidos no mercado indicam que o investimento de médio prazo na renda variável apresenta resultados melhores. "Empresas de sucesso têm um retorno, em geral, muito bom para quem carregou o papel (desde o IPO)." COLABOROU FERNANDA GUIMARÃES
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