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Terceira geração dos Falcão brilha no segundo dia de boxe em Ribeirão

Luciano Falcão, irmão de Yamaguchi e Esquiva, nocauteia adversário em pouco mais de um minuto

Anderson Fattori
Do Diário do Grande ABC
19/11/2017 | 07:00
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Celso Luiz/DGABC


Quem gosta de boxe certamente já ouviu falar dos irmãos Yamaguchi e Esquiva Falcão. Eles entraram para a história da modalidade na Olimpíada de Londres-2012, ao conquistar o bronze e a prata, respectivamente, no melhor resultado do Brasil nos Jogos. Ontem, outro integrante da família deu as caras no ringue dos Abertos. Luciano Falcão Gomes, de Guarulhos, precisou de 1 minuto e 16 segundos para nocautear João Marcos Pereira, de Francisco Morato, na arena montada no Ginásio Osires Grecco, em Ribeirão Pires.

Por mais que tenha tido incentivo em casa – além dos irmãos famosos, seu pai Adegard Câmara Florentino, conhecido como Touro Moreno, é ex-lutador de luta-livre e boxe – Luciano Falcão tinha optado pelo futebol até 2016, quando trocou os campos pelo ringue.

“Vai fazer dois anos que estou no boxe. Essa é a minha 11ª luta. Jogava futebol e meu pai insistiu em me colocar no boxe e fui no caminho. Boxe está no sangue da família. Comecei do zero. Meu pai me incentivou muito, minha mãe e o Yamaguchi também”, explicou.

De fato, a potência e agilidade nos golpes mostradas ontem em Ribeirão Pires deixam claro que a família nasceu para a modalidade. “Treino para fazer os três rounds, mas na primeira chance tem de nocautear para acabar com a luta”, comentou Luciano, que não deu chances ao rival. “(Na) Minha categoria (até 81 kg) não tem essa de ficar esperando. Sou baixo, fico olhando vídeos do Mike Taison e me inspirando”, contou.

Vencer lutas para Luciano é questão de sobrevivência. Por mais que tenha irmãos famosos, ele prometeu entrar para a modalidade para conseguir um teto para a mãe, que mora em Serra, no Espírito Santo. “Prometi muita coisa antes de entrar para o boxe. Uma delas é dar uma casa para minha mãe. Não vou desistir desse sonho”, comentou ele, que pretende seguir os passos dos irmãos. “Vou para o boxe profissional. Olimpíada fica em segundo plano para mim. Quero ter vida boa e cumprir com o que eu prometi. Cada vez que subo no ringue vem na minha cabeça a casa da minha mãe”, acrescenta.

Entre as inspirações, Luciano diz que guarda frase de Rocky Balboa, personagem interpretado por Sylvester Stallone no cinema. “Não importa o tanto que você bate, mas sim o quanto aguenta apanhar. Esse é o meu lema”, finaliza.

Morador de Rio Grande faz estreia no ringue
Como você se sentiria caso recebesse convite para subir em ringue de boxe sem nunca antes ter lutado na vida? Foi exatamente isso que aconteceu com Ederson Lennon Campos Mata. Nascido em Rio Grande da Serra, ele representou Ribeirão Pires no boxe e fez ontem sua primeira luta na modalidade sem nunca antes ter vestidos luvas.

Ederson, na verdade, é atleta de kickboxing, modalidade onde o atleta usa bastante os golpes com os membros inferiores, o que é proibido no boxe. Como Ribeirão Pires não tinha representante na categoria até 91 quilos, ele foi convidado para subir ao ringue e aceitou.

“Não sou boxeador, essa é minha primeira vez. Sou do kickboxing, que é bem diferente. Não tinha atleta para lutar e aceitei o desafio. Coração é o que manda”, comentou. “Meu professor, o Alex, me chamou para competir. Ele estava atrás do pessoal, todo mundo com compromisso e sobrou para mim. Gosto de lutar, de sair na mão então encarei.”

A estreia de Ederson no boxe não foi das melhores. Ele foi facilmente derrotado por Abner Teixeira da Silva Júnior, de Sorocaba. Mas, antes do término da luta, o técnico do atleta sorocabano subiu no ringue e seu atleta acabou desclassificado. A organização deve confirmar hoje a vitória para Ederson.

Antes mesmo de saber da confusão, o atleta de Ribeirão Pires já sonhava em voltar ao ringue. “Gostei do boxe. Amo kickboxing, mas vou focar no boxe. Quero revanche contra meu adversário, mas desta vez vou me preparar melhor. Pelo menos treinar”, brincou.




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