Economia Titulo Expansão
Volkswagen quer dobrar sua produção no Brasil

Objetivo da montadora é retomar a liderança de mercado ao produzir 800 mil unidades por ano

Vagner Aquino
Gabriel Russini
17/11/2017 | 07:25
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Vagner Aquino/DGABC


Tendo em vista a retomada da economia nacional, sobretudo no setor automobilístico, a Volkswagen vem apostando pesado no lançamento de modelos e, neste cenário, projeta mais que dobrar sua produção atual em quatro anos, chegando a 800 mil unidades em 2020. No ano passado, a montadora alemã anunciou a injeção de R$ 7 bilhões em suas plantas brasileiras no mesmo período, sendo que, deste montante, R$ 2,6 bilhões são voltados à unidade Anchieta, em São Bernardo.

“A indústria começa a dar sinais de crescimento dia após dia, por isso, a Volkswagen vem investindo forte na ofensiva de lançar 20 modelos até 2020 (incluindo Polo e o recém-lançado Virtus)”, disse Pablo Di Si, presidente e CEO da marca para a região América do Sul e Brasil, ontem, em São Paulo, durante o lançamento do sedã Virtus, que começará a ser comercializado em janeiro.

E é justamente de olho nessa retomada do mercado que o executivo frisou a intenção de dobrar a produção de veículos no Brasil em quatro anos. Segundo Di Si, a meta é chegar a 800 mil unidades anuais nas quatro plantas do País. Vale lembrar que, no ano passado, saíram das linhas de produção da montadora quase 325 mil unidades. O recorde para a companhia em terras tupiniquins foi em 2010, quando cerca de 1 milhão de veículos foram confeccionados.

Outra meta é chegar à liderança do mercado nacional em 2020, com participação de 17% – 6% a mais do que o fechamento do ano passado.

Para 2018, o executivo espera que o mercado chegue a 2,5 milhões de unidades, o que representará crescimento de 16% em relação ao projetado para este ano. De acordo com dados da Anfavea (Associação Nacional das Fabricantes de Veículos Automotores), entre janeiro e outubro deste ano saíram das fábricas cerca de 2,23 milhões de unidades, número 28,5% maior na comparação com 2016, quando 1,74 milhão de veículos passaram a figurar nos pátios das montadoras e concessionárias.

Conforme publicado no Diário recentemente, assim como no evento realizado ontem, Di Si descartou, em um primeiro momento, a criação de postos de trabalho, mas o cenário pode mudar conforme a conjuntura econômica do mercado. “A geração de empregos vai depender do mercado e da exportação. É preciso esperar. Primeiro precisamos diminuir a ociosidade”, afirmou à época.

Procurado para comentar a respeito da necessidade da criação de postos de trabalho para dar conta da intensificação na produção, o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC não se manifestou até o fechamento desta edição.

Durante o evento, a Volks também anunciou algumas novidades para os próximos dez anos, com a chegada no Brasil dos SUVs Tiguan LWB e T-Cross. Antes disso, em 2018, o presidente afirmou a chegada do Golf GTE (híbrido) e e-Golf (elétrico).

RETORNO - No dia 21 de outubro, o terceiro turno voltou a dar as caras no chão da fábrica da Volks em São Bernardo. Em princípio, o retorno era esperado apenas para o fim deste mês. Porém, por conta da dificuldade de cumprir o volume diário de produção de novo Polo, a volta se deu mais cedo. Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, o número de operários em lay-off (suspensão temporária do contrato de trabalho) passou de 687 para 167 por conta da reintegração de dois grupos.

Hoje, a montadora alemã emprega 9.163 trabalhadores. Em agosto do ano passado, 1.337 trabalhadores aderiram ao PDV (Programa de Demissão Voluntária), proposto devido à intensificação da crise econômica.  




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