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BC: resultado do governo federal contribuiu para o déficit menor em setembro
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30/10/2017 | 13:32
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O chefe do Departamento de Estatísticas do Banco Central (BC), Fernando Rocha, pontuou nesta segunda-feira, 30, durante apresentação dos números da Nota de Política Fiscal, que o déficit do setor público consolidado em setembro, de R$ 21,259 bilhões, foi menor que o de 2016, quando o rombo foi de R$ 26,643 bilhões.

"Para o déficit menor em setembro, contribuiu o resultado do governo federal", pontuou Rocha. Neste caso, houve superávit de R$ 6,012 bilhões. Rocha destacou ainda o aumento das receitas no mês, o que foi percebido com a arrecadação de PIS/Confins e com a melhora da atividade econômica, que também favorece a arrecadação de outros tributos.

Rocha citou a continuidade dos déficits nas contas do INSS em setembro, quando houve rombo de R$ 28,137 bilhões. Por outro lado, houve melhora nas contas dos governos regionais, com superávit de R$ 776 milhões em setembro.

Já o resultado do pagamento de juros, de R$ 32,049 bilhões em setembro, abaixo dos R$ 40,458 bilhões do mesmo mês do ano passado, foi influenciado pela queda dos indexadores. Rocha lembrou que os principais indexadores da dívida brasileira são a inflação (IPCA) e a Selic (a taxa básica de juros da economia), que estão em níveis inferiores aos vistos em 2016. "Setembro teve a menor despesa com juros para o mês desde 2013, quando foi R$ 13,8 bilhões", destacou. No caso do déficit nominal, de R$ 53,309 bilhões, foi o menor rombo para setembro desde 2013, quando marcou R$ 22,9 bilhões.

Rocha destacou ainda que, no ano até setembro, houve redução do déficit primário, para R$ 82,110 bilhões. Este é o melhor resultado desde 2015, quando apenas R$ 8,4 bilhões nos primeiros nove meses do ano.

O chefe do Departamento de Estatísticas explicou ainda que a alta de juros no ano até setembro, para R$ 303,127 bilhões ante os R$ 295,033 bilhões do mesmo período do ano passado, está ligada aos resultados dos swaps do BC. Como atualmente o BC tem uma posição vendida menor em swaps, os ganhos com estes derivativos - que impactam a conta de juros - também diminuíram.

Governo regional

O superávit de R$ 776 milhões registrado pelos governos regionais em setembro foi o melhor resultado para o mês desde 2013, quando chegou a R$ 1,750 bilhão. No ano, o resultado positivo aumentou R$ 7,6 bilhões.

O montante foi alcançado graças ao aumento nas transferências de recursos arrecadados pela União aos Estados e municípios e pela melhoria na arrecadação de tributos por esses entes. A estimativa do governo, no entanto, ainda é de um déficit dos governos regionais, que costumam registrar resultados negativos no último trimestre por conta do aumento de despesas, principalmente com o 13o salário.

O superávit dos governos regionais, assim como o das estatais, de R$ 1,146 bilhão de janeiro a setembro, ajudou a reduzir o déficit do setor público, que passou de R$ 85,501 bilhões no mesmo período em 2016 para R$ 82,110 bilhões neste ano.

Rocha destacou que o resultado do governo federal de janeiro a setembro (R$ 41,189 bilhões) foi melhor do que o registrado no mesmo período no ano passado (R$ 18,625 bilhões). A variação de R$ 22,5 bilhões, no entanto, não foi suficiente para cobrir o déficit do INSS, que aumentou R$ 28,760 no período.

Swaps

O chefe do Departamento de Estatísticas do Banco Central afirmou que é esperado que os ganhos com swaps se reduzam, porque hoje o montante em estoque é menor.

Conforme os dados do BC, as despesas do País com juros somaram R$ 303,127 bilhões em 2017 até setembro. No mesmo período do ano passado, elas foram de R$ 295,033 bilhões. A posição do BC em swaps impacta justamente a conta de juros. Atualmente, a posição vendida do BC em swaps está na casa dos US$ 23,8 bilhões, mas no passado já chegou a superar os US$ 100 bilhões.

De acordo com Rocha, a conta de juros nominais este ano apresenta R$ 64 bilhões a menos de receita com swaps.




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