Embora relatório técnico aponte limpeza em dia, reservatórios visitados pela equipe do Diário estão sujos
Em resposta à reportagem publicada no mês passado pelo Diário que denunciava a presença de entulho em reservatórios do Grande ABC, o superintendente do Daee (Departamento de Águas e Energia Elétrica), Ricardo Borsari, garantiu, ontem, a limpeza total de 19 piscinões espalhados na região e a eficácia dos equipamentos durante as chuvas. No entanto, visita a dois equipamentos, na tarde de ontem, apontou cenário diferente do destacado pelo representante do órgão estadual.
Com base em relatório técnico emitido pelo Daee em setembro, Borsari afirma que todos os reservatórios que recebem manutenção estão habilitados a enfrentar o período de enchentes, comuns durante o verão. “Concluímos praticamente a limpeza de todos. Alguns ainda passam pela segunda capinagem, mas os piscinões estão aptos para o período de chuva”, declara.
Embora o documento assegure que todos os 19 reservatórios instalados na região já tenham recebido serviços de capinagem e escavação de assoreamento ao longo dos últimos meses, fotos anexadas ao relatório apontam cenário oposto. No reservatório Capitão Casa, em São Bernardo, e do Paço Municipal, em Mauá, onde as últimas roçagens foram feitas nos meses de junho e agosto, respectivamente, a vegetação já toma conta dos piscinões.
Segundo Borsari, no entanto, o cenário foge do controle da manutenção. “Não dá para estar em todos os piscinões o tempo todo”, justifica ao relatar que a vegetação pode ter crescido em decorrência das chuvas das últimas semanas. “A roçagem deverá ser feita durante as próximas vistorias.”
Visita feita pelo Diário ontem em outros dois piscinões também mostra cenário preocupante. Tanto no piscinão da FMABC (Faculdade de Medicina do ABC), em Santo André, quanto no da Mercedes/Pauliceia, em São Bernardo, foram encontrados entulho e vegetação alta nas margens. De acordo com o relatório, os dois locais tiveram manutenção realizada nos meses de setembro e julho, respectivamente.
No momento, cinco piscinões passam por serviço de escavação, enquanto outros quatro recebem a segunda roçada.
Alvo de críticas de especialistas, por ser considerado modelo ineficaz, a manutenção de reservatórios do Grande ABC deve ser renovada junto ao Consórcio Intermunicipal do Grande ABC nas próximas semanas, segundo Borsari. O acordo para limpeza de 25 piscinões da Região Metropolitana de São Paulo, incluindo 19 na região, teve custo de R$ 41 milhões neste ano, R$ 7,9 milhões mais caro do que em 2016.
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