Artigo
Hoje comemoramos o Dia do Cirurgião-Dentista. A data é simbólica para a classe, que tem feito avanços sistemáticos em todo Brasil. Tais progressos ocorrem nas mais diversas áreas, sendo notáveis a ampliação da oferta de atendimento no setor público, os investimentos da iniciativa privada, o crescimento da indústria especializada e os constantes progressos na área acadêmica. Mas talvez seja no âmbito científico que podem ser notadas as maiores evoluções.
Podemos dizer, com orgulho, que o Brasil está hoje em segundo lugar no que se refere ao número de publicações científicas anuais na área de odontologia. O País fica atrás apenas dos Estados Unidos, conquistando espaço entre as mais importantes publicações científicas internacionais. A informação foi confirmada durante a 34ª reunião anual da SBPqO (Sociedade Brasileira de Pesquisa Odontológica) – divisão brasileira da Iadr (Association for Dental Research), realizada no segundo semestre de 2017 no município de Campinas, Interior. Tal fato é merecedor de amplo reconhecimento. O trabalho desenvolvido pelos pesquisadores e cientistas brasileiros possui resultado prático de extrema importância: o benefício à população. Ou seja, produção científica intensa, com quantidade e qualidade, significa avanços em métodos, técnicas e equipamentos para atendimento dos pacientes. Como consequência, observamos a melhoria da saúde bucal como um todo.
Mas se por um lado temos odontologia de ponta, reconhecida internacionalmente, por outro devemos admitir que as estatísticas nacionais de acesso aos tratamentos odontológicos precisam evoluir mais. É essa equação contraditória que precisamos solucionar. Os progressos da odontologia devem extrapolar a área científica e chegar aos consultórios e clínicas, proporcionando melhores condições de atendimento aos cirurgiões-dentistas, de forma que haja maior valorização da profissão e mais saúde para a população.
É, portanto, fundamental que sejam encontrados os caminhos corretos para que os avanços da produção científica possam ter reflexos práticos com maior rapidez e amplitude. Acredito que a concretização de tal cenário depende de amplo diálogo e da união de esforços entre o poder público nas mais diversas esferas, a iniciativa privada, as entidades representativas da odontologia e a classe como um todo.
Assim, no futuro, poderemos comemorar não apenas a qualidade da produção científica da odontologia brasileira, mas também melhores resultados nas estatísticas de saúde bucal do Brasil. Quem se beneficiará será o brasileiro, que poderá sorrir mais e melhor. Essa é nossa busca diária.
Claudio Miyake é cirurgião-dentista e presidente do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo.
Palavra do leitor
Fantasmas
Os fantasmas saem de férias? É notório e comprovado que a invasão do terreno da MZM no bairro Assunção, em São Bernardo, trata-se de grande farsa montada. Conforme reportagem deste Diário (Setecidades, dia 23), o cacique máximo, venerado e o mais honesto dos brasileiros, em sua visita ao acampamento dos invasores, discursou para 4.000 pessoas. Mas estão instaladas no local (segundo o MTST – Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto) 12.136 barracas. Supondo que tenhamos apenas um invasor por barraca, onde estão os restantes 8.136? São fantasmas? Ou será que os fantasmas têm direito a férias?
Antonio Augusto Morgado
São Bernardo
Direitos
No Brasil a irresponsabilidade dos governos, nas três esferas – que não conseguem atender ao preceito constitucional do direito à Saúde –, acaba empurrando o cidadão a adquirir plano de saúde e muitas vezes tendo que recorrer ao Judiciário para ser cumprida a obrigação contratual. Pois bem. Nos porões e no esgoto da Câmara dos Deputados, grupo de escroques – que se intitulam parlamentares – quer retirar o direito do cidadão de reclamar serviço médico ou plano de saúde pelo Código de Defesa do Consumidor. Vejo essas aberrações e pergunto-me: quem elegeu esses lobistas mentecaptos? Não é possível ver tudo isso acontecendo no País e a sociedade aceitar calada! Estão esculhambando com a Nação e legislando em benefício próprio. Se nos próximos meses a sociedade não reagir, realmente tinha razão Pelé quando disse que brasileiro não sabia votar. Como pode bando de delinquentes ditando regras da nação? Não reclamem quando o gigante acordar.
Ailton Gomes
Ribeirão Pires
Tudo igual!
Fui à UBS (Unidade Básica de Saúde) do bairro Demarchi, em São Bernardo, dia 23, para passar em médico endocrinologista por ser diabético e precisar de acompanhamento. Mas para passar por esse especialista tem de ter encaminhamento do clínico geral. Para minha surpresa, só tem vaga para dia 11 de dezembro, ou seja, daqui a 47 dias. Como a bandeira de campanha do nosso prefeito foi mais médicos, mais transportes, mais tudo, pensei que tivesse melhorado realmente. Ficou foi pior, porque na administração anterior, para passar com clínico geral o prazo era de três a quatro dias. Se o clínico é para 47 dias imagina o especialista! Vai demorar de seis a oito meses. Pode ser que o prefeito nem saiba disso – não tem obrigação de saber de tudo –, mas a secretário de Saúde tem de saber. Por favor, prefeito, toma ciência dessa situação. Dependendo do caso, quando o funcionário da UBS ligar para o paciente marcando a consulta, já não precisará mais, ele estará bem... em lugar melhor do que aqui... no céu.
Antonio Ulisses de Araújo
São Bernardo
Corporativismo
Que ninguém se engane! Hoje, durante a votação da segunda denúncia contra o presidente Michel Temer, o corporativismo falará mais alto e será solenemente rejeitada. Até porque significativa parcela dos parlamentares está seriamente comprometida com a Justiça e, consequentemente, no mesmo ‘barco furado’ de sua excelência. E não se fala mais no assunto!
José Marques
Capital
Será?
Será que o crime compensa? Assim como Cesare Batistti vem sendo, há décadas, atormentado pelos seus crimes cometidos na Itália e perseguido pelos quatro fantasmas, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que, mesmo em campanha descarada, não passa de seus minguados 35% de aprovação, deve ter em seu calcanhar muitos fantasmas. Na última pesquisa do DataFolha, 72% dos entrevistados afirmam que o principal problema do País é a corrupção. E como Lula já está condenado por corrupção, quando em 2018 começarem as campanhas eleitorais, 70% do eleitorado não dará seu voto aos corruptos. Porque corrupção também mata e cria seus fantasmas. Ninguém escapa da ‘lei do retorno’. Ninguém. Isso é atávico!
Beatriz Campos
Capital
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