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Lauro pede confiança e tenta brecar paralisação na quinta
Por Júnior Carvalho
do Diário do Grande ABC
24/10/2017 | 07:00
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Celso Luiz/DGABC


Sem votos suficientes na Câmara de Diadema para emplacar mudanças no Estatuto dos Servidores Públicos e na iminência de paralisação da categoria, que é contra as alterações, o prefeito Lauro Michels (PV) resolveu encurralar sua base de apoio no Legislativo para alcançar as 14 adesões necessárias. Junto a isso, publicou vídeo nas redes sociais pedindo boicote à greve parcial de quinta-feira.

As mudanças esbarram na resistência de vários governistas, mas na reunião com a base, na manhã de ontem, o Paço concentrou pressão sobre Companheiro Sérgio e Boquinha (ambos do PPS) e Salek Almeida (DEM), responsáveis por desfalcar o placar perseguido pelo governo – dois terços dos 21 parlamentares. O Diário apurou que os populares-socialistas já estariam próximos de ceder, mas ainda falta convencer o democrata.

Enquanto isso, Lauro tenta brecar a greve parcial marcada para o dia 26 pelo Sindema (Sindicato dos Funcionários Públicos de Diadema). Em vídeo publicado nas redes sociais, o verde pede confiança do funcionalismo, garante que não enviará o projeto nesta semana e classifica a paralisação como “infundada”. “Quero tranquilizá-los sobre o que o sindicato vem apavorando vocês, dizendo que vamos tirar direitos. Não vamos. Pelo contrário. Eu estou aqui para garantir o direito de vocês (...) Quero que confiem em mim. Não há (intenção de enviar) projetos por debaixo do tapete, às escuras. Fiquem tranquilos. Confiem na palavra de um homem que está dizendo a vocês. No dia que eu for mandar o projeto, vou vir aqui nessa mesma tela avisar que nós faremos isso”, disse Lauro, ao acrescentar a necessidade de revisar a legislação que disciplina direitos e deveres do funcionário público diademense. “O estatuto é de 1991 e nós estamos em 2017 (...) Vamos trabalhar no dia 26 normalmente e atender aqueles que pagam nosso salário, que é a população de Diadema. Podem ficar tranquilos. Aqui é palavra de homem de que não terá projeto nenhum na quinta-feira.”

Lauro, porém, só não protocolou o projeto na Câmara porque ainda não conseguiu alcançar o quórum para promover as mudanças. O prefeito, inclusive, já estava com o texto pronto e projetava ver a proposta sendo votada no dia 11, em sessão atípica realizada pela manhã por conta do feriado. Por conta da pressão do Sindema, parlamentares da base avisaram que não votariam a medida e fizeram o Paço recuar.

Como alguns direitos trabalhistas que Lauro pretende limitar o acesso, como quarta parte e biênio (bonificações concedidas quando alcançado determinado período trabalhado) são preservados pela LOM (Lei Orgânica Municipal), é preciso, a princípio, alterar a lei máxima da cidade antes de alterar o estatuto. Lauro corre para tentar enxugar a folha de pagamento e, assim, evitar possíveis condenações que prejudiquem seu futuro político.

Em reunião com todos os vereadores e com a direção do Sindema, à tarde, o secretário Francisco José Rocha (PSDB, Planejamento), sogro de Lauro, reforçou a necessidade de aprovar as medidas como solução aos altos gastos com pessoal. Sua fala indicou que, por enquanto, o governo não vai desistir do projeto, como reivindicou o Sindema.

Chico Rocha antecipou ainda que outras medidas estão sendo preparadas. Ventila-se em mudanças no Estatuto do Magistério e na Previdência. 




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