Política Titulo Editorial
Paradas no tempo
Do Diário do Grande ABC
23/10/2017 | 11:09
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As ruas dos grandes centros, a região incluída, estão atulhadas de veículos e já há algum tempo se fala em dotar as cidades de infraestrutura capaz de melhorar a tal mobilidade urbana e aliviar o caos viário de estressantes e custosos congestionamentos diários. Governos tentam, de quando em quando, incentivar que cada vez mais pessoas passem a utilizar o transporte público para, com isso, tirar carros das vias e minimizar um problema que parece insolúvel. Afinal, a frota aumenta ano a ano e não se vê intervenções capazes de dar conta de abrir caminho para tanto movimento sobre rodas.

O transporte coletivo de fato pode ser a saída para, pelo menos, aliviar o nó viário em que se meteram as grandes cidades pela falta de investimento em intervenções que realmente beneficiassem a mobilidade urbana. Governos entraram e saíram sem se dar conta – ou preferiram deixar de canto – de que o tempo para ações urgentes exigia mais do que boa vontade ou promessas de campanha.

Não por acaso, as administrações se veem hoje em uma sinuca de bico, pois não há espaço para grandes intervenções viárias e é preciso verbas vultosas para investir na qualificação dos meios de transporte público. Reportagem de hoje deste Diário revela que as estações de trem – nove em cinco cidades – no Grande ABC parecem ter parado no tempo, acumulam falhas estruturais das mais banais, como goteiras, e sequer dispõem de itens para facilitar a vida dos 181,4 mil usuários que a cada viagem pagam R$ 3,80. Mas sofrem mesmo as pessoas com mobilidade reduzida, porque quando da construção das paradas ninguém pensou nesse público.

A esperança de que esse e outros problemas fossem sanados com a prometida modernização das estações, anunciada em 2012 e que deveria estar concluída em 2014, se esvai. Passados cinco anos, praticamente nada foi feito porque o governo estadual buscava recursos federais, que não virão. Assim, se viu obrigado a bancar as obras com verba estadual. A promessa, agora, é que as paradas deixarão de parecer coisa do passado em 2020. 




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