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Casa Herbert Richers é tombada pelo município

Imóvel privado e que pertenceu ao produtor de cinema, em Ribeirão Pires, deverá passar por restauro

Yara Ferraz
Do Diário do Grande ABC
19/10/2017 | 07:00
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André Henriques/DGABC


 O casarão histórico que pertenceu ao produtor cinematográfico Herbert Richers, em Ribeirão Pires, foi tombado pelo município de forma definitiva. A decisão do prefeito Adler Kiko Teixeira (PSB), que deverá ser publicada no Diário Oficial do município ainda nesta semana, determina que a proprietária do espaço, a Lojas Cem – que construiu unidade na parte da frente do terreno –, terá prazo de 180 dias para apresentar projeto executivo de restauração da casa, onde já foram gravados diversos filmes, ao plenário do Conselho de Defesa do Patrimônio.
“Tomei a decisão com base no apelo da população, expresso em vários abaixo-assinados que comprovavam o interesse público na preservação da casa. Tecnicamente também não havia nenhum impedimento. O tombamento é mais uma forma que temos de garantir o direito à memória para a população e de criar opção de turismo para a cidade”, afirmou Kiko.
Conforme a administração, desde 2005 não há manutenção no local. Tanto que quem circula pela área tem dificuldade para reconhecer o patrimônio histórico. O espaço concentra garrafas de bebidas vazias e resquícios de invasão. Moradores do entorno, que preferiram não se identificar, afirmam que usuários de drogas frequentam o casarão para consumo de entorpecentes.
“A gente sabe que tem essa casa na rua de trás, mas não conhecemos a história do que tem lá. Deveria ser feito um museu aberto à população”, acredita a balconista Gracieli Barbosa dos Santos, 39, moradora do município.
Conforme o diretor de patrimônio da cidade, Marcílio Duarte, o casarão passou a ser propriedade privada em 1959 e nunca foi aberto ao público. “Quanto à ideia de abertura do local, esta é uma decisão exclusiva da proprietária. A Prefeitura não pode julgar o mérito do uso, desde que lícito e legal. Muitas pessoas pensam que o tombamento significa a desapropriação do imóvel, mas não é assim.”
Na prática, a Lojas Cem poderá utilizar o imóvel para finalidades administrativas ou até mesmo comerciais, desde que sejam preservadas as características históricas do prédio.
O Diário entrou em contato com a Lojas Cem, mas não obteve retorno até o fechamento desta edição. O Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico) do Estado afirmou que analisa pedido de tombamento para o casarão de Herbert Richers.




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