Setecidades Titulo São Bernardo
MTST confirma presença de barracas vazias

Em vídeo, coordenador do movimento, Guilherme Boulos ataca jornalismo feito pelo Diário

Por Daniel Macário
Do Diário do Grande ABC
18/10/2017 | 07:00
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Celso Luiz/DGABC


 Em vídeo publicado ontem em sua página do Facebook, o coordenador nacional do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto), Guilherme Boulos, direcionou ataques ao Diário, após publicação de reportagem sobre a presença de diversas barracas vazias na Ocupação Povo Sem Medo, em São Bernardo, embora tenha confirmado que a informação é verídica.
Na edição de ontem, o Diário mostrou que integrantes do movimento social só aparecem no acampamento instalado no bairro Assunção, em São Bernardo, à noite, durante realização de assembleia, onde ocupantes assinam a lista de presença que lhes permite manter barracas montadas no local.
De acordo com Boulos, a presença de barracas vazias no acampamento é resultado de procedimentos adotados pelo movimento. Conforme o líder, ocupantes não são obrigados a residir na área invadida. “O MTST tem um método de ocupação de terra que não exige de todas as pessoas e não cobra de todos que morem lá.”
Com a justificativa de que a presença maciça de integrantes do movimento resultaria numa “favelização da ocupação”, Boulos confirmou que o MTST orienta famílias, em especial com crianças, a dormir em suas residências.
Durante a reunião de segunda-feira à noite, lideranças do MTST chegaram, inclusive, a declarar que irão intensificar a fiscalização de barracas vazias, ameaçando tirar da lista de integrantes da ocupação aqueles que não marcarem presença nas chamadas diárias realizadas no acampamento. Na ocasião, foi cobrado maior engajamento de ocupantes.
Com 12.136 famílias cadastradas – número este desconhecido por Boulos, que ontem citou a presença de pouco mais de 7.500 famílias na área privada – a Ocupação Povo Sem Medo completa hoje 47 dias.
No momento, integrantes do MTST aguardam desdobramentos da decisão de reintegração de posse autorizada no início do mês pela Justiça. A expectativa é a de que, nos próximos dias, o Gaorp (Grupo de Apoio às Ordens Judiciais de Reintegração de Posse) inicie tratativas para desocupação pacífica do terreno, de propriedade da MZM Incorporadora.




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