Na era da globalização não pode haver limite para as boas iniciativas. Em nome do desenvolvimento, as fronteiras precisam ser transpostas. Sobretudo em época de crise tão aguda como a que o Brasil atravessa e que, consequentemente, aniquila a arrecadação dos municípios, travando qualquer possibilidade de investimentos.

Diante de cenário tão complexo, é louvável e extremamente bem-vinda a parceria firmada entre o Consórcio Intermunicipal e a União Europeia por meio do Programa Internacional de Cooperação Urbana, que beneficia a região com a possibilidade de pleitear recursos junto aos países que integram o Velho Continente.

A entidade protocolou três projetos, um voltado para a Mobilidade Urbana, que visa trocar experiências com cidades do entorno de Paris, na França. O segundo, de governança regional, que se assemelha a modelo já realizado no Vale do Ruhr, na Alemanha. O terceiro visa o aprendizado de técnicas de drenagem semelhantes às da Holanda, país que tem boa parte de seu território localizado abaixo do nível do mar.

Ainda não há informações sobre quais foram selecionados pela União Europeia. Entretanto, qualquer um deles que venha a ser desenvolvido será extremamente útil, pois todos trazem nova perspectiva para problemas aos quais a população da região já se acostumou e que parecem até insolúveis diante da ausência de providências.

Independentemente do resultado das tratativas, constatar a movimentação dos dirigentes do Consórcio Intermunicipal em direção a novos horizontes já é motivo para comemoração. A busca por tecnologia e expertise além do Oceano Atlântico é um alento para uma região que sempre foi destaque nos cenários nacional e internacional, e que atualmente vê os problemas estruturais se avolumando e tem cada vez menos dinheiro em caixa para atacá-los.

Esta é a primeira conquista da Casa do Grande ABC em Brasília, que abriu as portas neste ano. Que venham outras. E que todos avancem além dos protocolos de boas intenções.