Serviço, previsto para funcionar até julho de 2018, desafogará unidade de Sto.André
Após duas décadas, Mauá voltará finalmente a ter posto do IML (Instituto Médico-Legal), reivindicação antiga da população. A previsão é a de que o retorno do serviço estadual ao município aconteça até julho de 2018, quando está prevista a conclusão da reforma do prédio que receberá o equipamento, onde atualmente funciona o serviço funerário municipal, no Cemitério Santa Lídia.
Desde 1998, quando o serviço mauaense foi desativado, as ocorrências da cidade, bem como as de Ribeirão Pires e as de Rio Grande da Serra, passaram a ser atendidas no IML de Santo André. A expectativa é a de que a reabertura do posto colabore para desafogar a unidade andreense que, de acordo com a SSP (Secretaria de Segurança Pública) do Estado, registrava média mensal de 87 necrópsias em fevereiro, enquanto São Bernardo contabilizava 46 e Diadema 29.
“Queremos diminuir a espera. Em alguns casos, em feriados, por exemplo, famílias aguardavam até 24 horas para a liberação do corpo de um ente querido. A expectativa é a de que isso seja mais rápido, já que vamos ter uma equipe para atender estes três municípios”, destaca o prefeito Atila Jacomussi (PSB), responsável pela adequação do prédio que receberá o IML.
As adaptações do imóvel, que incluem instalação de câmaras frias e de espaço separado para a realização de exames de corpo e delito em vítimas de violência, estão programadas para ter início em novembro a custo de R$ 500 mil. Conforme o prefeito, o serviço funerário será deslocado para outro prédio dentro do próprio cemitério.
O pleito para que Mauá volte a ter posto do IML é antigo. Em 2013, o então secretário estadual de Segurança Pública, Fernando Grella Vieira, chegou a garantir a reabertura do posto para o primeiro semestre de 2014. No mesmo ano, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) endossou a promessa em visita ao Consórcio Intermunicipal do Grande ABC, quando destacou investimento de R$ 2 milhões para o serviço mauaense e de Instituto de Criminalística.
A SSP informou que vai fornecer os profissionais que atuarão no posto de Mauá. “A Prefeitura oferecerá o prédio, a reforma e a estrutura necessária para implantação do serviço, não havendo ônus ao Estado”, esclareceu em nota, não detalhando o investimento. “Após reforma do prédio e aparelhamento do local, será possível determinar a área que será disponibilizada pela Prefeitura. A EPML (Equipe de Perícias Médico-Legais) de Mauá funcionará com estrutura adequada para atender a demanda”, frisou.
O Estado também destacou que as quatro unidades existentes na região – Santo André, São Bernardo, São Caetano e Diadema – suprem a demanda. “A abertura do IML de Mauá terá apenas objetivo de atender ainda melhor a população da área”, considerou.
Falta de peritos nas unidades da região é principal problema, conforme sindicato
Assim como acontece em todo o Estado, a falta de profissionais para compor equipes nos IMLs (Institutos Médico-Legais) é o principal problema enfrentado nas unidades da região, conforme o Sinpcresp (Sindicato dos Peritos Criminais do Estado de São Paulo). Segundo o presidente da entidade, Eduardo Becker Tagliarini, o deficit de trabalhadores chega a 35%.
Na região, são apenas duas equipes de peritos, instaladas em Santo André e São Bernardo, mas que atuam nos quatro IMLs, conforme o Sinpcresp. A principal preocupação, segundo Tagliarini, está no posto andreense, onde metade da equipe já tem direito à aposentadoria. Caso todos resolvessem encerrar a carreira, o atendimento sofreria colapso. “A quantidade de serviço está acima da capacidade”, destaca.
Para reverter o problema, Tagliarini afirma que foram realizadas três reuniões com o Estado e encaminhados cinco ofícios à Secretaria de Segurança Pública. A reivindicação é a de que candidatos aprovados em concurso realizado em 2013 sejam chamados.
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