Política Titulo Editorial
Contas imprecisas
Do Diário do Grande ABC
22/09/2017 | 09:02
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Aline Pietri/DGABC


A Câmara de Santo André vive desde 2001 a triste rotina de ter as contas rejeitadas pelo TCE (Tribunal de Contas do Estado). Entre os problemas apontados pela Corte, o mais recorrente é o excesso de funcionários comissionados. Aqueles que ocupam cargos públicos sem terem sido aprovados em concurso.

Atualmente, estão em análise os exercícios de 2013, 2015 e 2016 e, mais uma vez, o órgão deverá encontrar irregularidades pelo alto número de nomes que estão na lista de pessoal do Legislativo andreense em postos de confiança.

Neste ano, o TCE apontou falhas nos documentos de 2014, quando o presidente da Casa era Donizeti Pereira (PV), que hoje é secretário municipal de Meio Ambiente. Ele terminou seu mandato com 262 comissionados e 103 efetivos. Ou seja, 72% dos contratados estavam lá por indicação e receberam 48,16% dos R$ 13,6 milhões destinados à folha salarial. O resultado disso foi a multa de R$ 7.521 imposta a Donizeti pela Corte.

Outro que teve de abrir a carteira para se acertar com a Justiça foi Sargento Juliano (hoje no Serviço Funerário). O exagerado número de apadrinhados lhe custou R$ 12.535, valor que foi pago recentemente.

Também receberam pareceres negativos do TCE José de Araújo (PSD) e José Montoro Filho, o Montorinho (PT), que, assim como Juliano, foram enquadrados na Lei da Ficha Limpa e ficaram impossibilitados de exercer mandatos.

Diante de tantos exemplos da fiscalização implacável do TCE, é preciso questionar os ilustres vereadores – principalmente aqueles que ocupam a presidência – os motivos pelos quais insistem em manter a prática de promover a superlotação da Câmara com pessoas não habilitadas.

O principal deles, certamente, é a acomodação daqueles que trabalharam por suas campanhas ou são afilhados políticos e, só por isso, merecem ter seus salários custeados pela população. Senhores parlamentares, não se esqueçam que vocês foram eleitos para representar o povo. 




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