Política Titulo Aprovação
Relator da reforma política reconhece dificuldades para aprovar mudanças

Vicente Cândido diz que falta de consenso na
Câmara impede alterações no sistema eleitoral

Júnior Carvalho
Do Diário do Grande ABC
18/09/2017 | 08:39
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Denis Maciel/DGABC


Relator da reforma política na Câmara dos Deputados, o deputado federal Vicente Cândido (PT) admitiu a possibilidade de as regras para as eleições do ano que vem continuarem como estão por falta de consenso. Na quarta-feira, os parlamentares voltaram a adiar a votação das mudanças para esta semana por falta de votos.

“Está cada vez mais difícil (aprovar a reforma), mas ainda há chances de aprovar. Estamos reposicionando as bancadas para ver como a gente constrói um procedimento para semana que vem (esta semana)”, disse o petista, em entrevista ao Diário na quinta-feira, em São Bernardo, onde debateu justamente as propostas de mudanças no pleito com filiados do PT na cidade.

A um ano da eleição, a demora para a aprovação de possíveis alterações nas regras do jogo eleitoral tem congelado o debate nos partidos do Grande ABC sobre a definição de candidaturas e deixado políticos apreensivos. Ninguém quer cravar nada antes de saber como ficará a legislação, já que há em discussão mudanças significantes no sistema eleitoral vigente, como a possível adoção à lista fechada, onde o eleitor vota apenas nas legendas, que por sua vez determina a ordem de candidaturas.

Outra alteração seria a adoção ao chamado distritão, em que se elegeriam os parlamentares (deputados federais, estaduais e vereadores) mais votados, acabando com as coligações e impedindo o ‘efeito Tiririca’. Nova tentativa de aprovar as mudanças será feita nesta semana. “Consenso é uma palavra difícil no Parlamento, ainda mais numa composição desta (legislatura)”, salientou Cândido.

Segundo o parlamentar, as principais divergências estão relacionadas justamente ao sistema de votação e à criação do polêmico fundão para financiamento de campanha com recursos públicos. Em seu relatório, o petista propôs o FFD (Fundo Especial de Financiamento da Democracia), mas a proposta resultou em repercussão negativa. “Acho que (desaprovação) é mais uma provocação da mídia do que da população em si. Mesmo com toda a exacerbação da imprensa, num debate bem feito... O povo sabe que a democracia custa, sabe que a campanha pode ser feita com dinheiro público. No mundo é assim. O que o Brasil tem de ter é cuidado, para ter um sistema barato,

Cândido destacou ainda não existir climas jurídico e social para o Congresso Nacional debater o retorno do financiamento empresarial de campanha, vetado em 2015 pelo STF (Supremo Tribunal Federal). 




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