Setecidades Titulo São Bernardo
Moradias vão atender 800 famílias

Obras começam já na próxima semana
no bairro Cooperativa, em São Bernardo

Por Vanessa de Oliveira
Do Diário do Grande ABC
15/09/2017 | 07:00
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Denis Maciel/DGABC


 O sonho da casa própria está mais próximo para 800 famílias que, desde ontem, começaram a riscar no calendário, dia após dia, a passagem dos 24 meses que faltam, a partir de agora, para que possam pegar as chaves. A ansiedade de realizar o sonho aumentou após a assinatura de convênio para construção de moradias populares no bairro Cooperativa, em São Bernardo, realizada ontem na Prefeitura, e que contemplará integrantes da Associação Centro de Formação Popular Frei Betto/MSTL (Movimento Sem-Teto de Luta), por meio do programa federal Minha Casa, Minha Vida Entidades.

“O processo iniciou em 2013, quando apresentamos o projeto para a Caixa Econômica Federal. Aí teve o trâmite de compra do terreno, até chegar a esse momento, de início das obras”, comentou o coordenador geral do MSTL, Eduardo Cardoso, 45 anos.

A obra, prevista para começar na próxima semana, está orçada em R$ 90,6 milhões, sendo R$ 74,6 milhões vindos da União, R$ 16 milhões do governo do Estado a fundo perdido (por meio do programa Casa Paulista) e contrapartida de R$ 211 mil da administração municipal.

Do total de unidades, 550 serão ocupadas por famílias de São Bernardo. “Mas como o movimento trabalha em outras cidades, pessoas de outros lugares receberão o apartamento também”, explicou Cardoso. A dona de casa Emilene Dias, 41, está no grupo e esteve no evento na Prefeitura. Morando atualmente na Capital com duas filhas e uma neta de 3 anos, ela diz que “é com grande sacrifício” que paga o aluguel de R$ 950. “Para conseguir o dinheiro faço bicos, mas tem mês que atrasa o aluguel e outras contas. É muita emoção saber que, em breve, terei a minha casa”, disse, com lágrimas nos olhos.

A militante Zilmar Moreira Santos, 32, vive em Diadema, com o marido e dois filhos também em residência de aluguel, que custa, por mês, R$ 750. Com renda de um salário mínimo cada, o casal tem dificuldades para custear moradia e sustento da família. “Foram várias barreiras até chegar a esse momento. E agora estou muito ansiosa.”

“Quando produz habitação popular, automaticamente melhora a saúde, diminui a violência e dá algo que é fundamental para a vida: dignidade”, salientou o prefeito Orlando Morando (PSDB).

A construção, que ficará a cargo da construtora P4 Engenharia, envolve 500 unidades no condomínio Frei Tito e 300 no intitulado Nelson Mandela. Os apartamentos serão destinados a famílias com renda mensal de até R$ 1.800. Os beneficiados, que não podem ter participado antes de programa habitacional, terão 120 meses para quitar o imóvel. A menor prestação é de R$ 80, e, a maior, de R$ 270 mensais.

Presente à assinatura do convênio, o secretário estadual de Habitação, Rodrigo Garcia, disse que a Pasta está na iminência de novas seleções de empreendimentos pelo Ministério das Cidades. “Aguardamos novas seleções do Minha Casa, Minha Vida que o Casa Paulista possa apoiar.”


Não trato com invasor, diz prefeito

Durante a solenidade de assinatura do convênio para a construção das unidades habitacionais no bairro Cooperativa, o prefeito Orlando Morando (PSDB) criticou o MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto). Desde o dia 2, o grupo ocupa terreno particular no bairro Assunção, como forma de reivindicar moradias, e hoje chega a ter 3.500 famílias no local. “Eu não trato com invasor. O caminho para quem quer conseguir habitação no nosso mandato é assim: organiza a compra do terreno (no caso de entidades) e vai ter o nosso apoio. Quem acha que invadindo vai ter habitação, no meu mandato não terá.”

AUDIÊNCIA

Com relação à ocupação no bairro Assunção, está marcada para hoje, no Fórum da cidade, audiência de conciliação entre representantes do movimento e da empresa proprietária da área. O objetivo é encontrar uma solução negociada para a desocupação do terreno.

 




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