Cíntia Bortotto Titulo Carreira
Gestão de benefícios
Por Cíntia Bortotto
11/09/2017 | 07:30
Compartilhar notícia


Qual a relação hoje estabelecida entre empresas e funcionários no que diz respeito à gestão de benefícios? No passado, a empresa fez um papel paternal e assistencialista em relação ao empregado. Ela funcionava como uma provedora e, nesta seara, nasceu a gestão de benefícios. A empresa fazia isso, em parte porque a legislação pedia, em parte porque era uma forma de se diferenciar dos demais empregadores.

Muita coisa se oferece por lei, e muitas convenções coletivas têm as cláusulas sociais, que versam sobre auxílio-maternidade, convênio médico e, o que a gente repara com certo distanciamento, é que todo o sistema sindical ‘ajuda’ os funcionários, porque eles não têm isso pelo governo. Pagamos impostos, deveríamos ter Saúde, Educação e, em geral, como a gente não tem, o sindicato tenta prever isso nos acordos ou convenções em benefício dos funcionários.

Assim, a empresa se viu obrigada a oferecer benefícios, o que é bem caro. Companhias menores, com menor headcount, ou com margens muito grandes, conseguem trabalhar de maneira melhor, já empresas com margem menor ou número muito grande de funcionários têm maior dificuldade.

Óbvio que há alguns benefícios que são de praxe, como assistências médica, odontológica, seguro de vida, tíquete refeição, vale-transporte, que são mais padronizados no mercado. Dependendo do segmento, da quantidade de funcionários, pode-se ter, por exemplo, plano médico melhor ou pior. O que é comum em muitas empresas é ter os benefícios por grupos de cargos, o que facilita a divisão e o gerenciamento.

O que regulamenta as políticas de benefícios é a oferta e a procura. Se você oferece benefícios muito aquém do que o mercado pratica, muitas vezes você não consegue atrair os melhores profissionais, e isso é um problema. O que em geral as empresas fazem é realizar uma boa gestão de benefícios para serem mais atrativas e reterem os talentos.

Algumas empesas vêm fazendo um modelo muito interessante, de cesta de benefícios. Ela propõe um certo valor e o funcionário pode alocar o benefício da sua escolha, o que é bacana, porque as pessoas têm necessidades diferentes. Eu, por exemplo, sou casada, tenho dois filhos, tenho um gasto alto com alimentação, Educação, preciso de convênio médico, então escolho benefícios que fazem sentido para meu momento de vida. Para alguém, por exemplo, em início de carreira, que ainda não tem filhos, que está se preparando para casar, outros benefícios podem ser mais atrativos, como uma academia, educação formal e continuada, outros modelos. Algumas empresas colocam até pacote de viagem. Para algumas pessoas isso faz muito sentido.

A importância do gestor de benefícios em lidar com estas políticas é fundamental, porque este tema mexe com um valor muito expressivo e, gerir isso bem, fazendo boas negociações e sabendo do que seu público precisa, é importantíssimo. Conhecer a legislação, as normas, e saber o que você tem que oferecer e o que é diferenciado fazem parte do papel de quem é desta área, bem como ser criativo. Os gestores vêm trabalhando de maneira mais flexível e não assistencial, tratando a pessoa como protagonista da sua própria vida.


Dicas! Vamos lá!

1 – Conheça os contratos, saiba o que você combinou com o fornecedor e o que ele está te oferecendo. Isso vai fazer toda a diferença na hora de renegociar o reajuste ou vencimento do contrato;

2 – Seja um bom negociador, não tenha vergonha de pedir para o fornecedor. Em geral, ele tem mais margem do que nós como empresa;

3 – Seja criativo. Use modelos novos, como parcerias e cesta de benefícios, para você atingir o que o público mais jovem e o novo mercado têm pedido. Use um modelo em que a empresa reconheça o protagonismo dos seus funcionários;

4 – Acompanhe os números, semanalmente, quinzenalmente. Eles trazem muito impacto financeiro. Saiba se tudo está correndo como o planejado. Saiba claramente seu número per capta e total. Busque sempre alternativas quando houver um desvio do orçamento;

5 – Ouça o mercado, fique atento. O mundo muda tão rápido que entram novos fornecedores e novos modelos e, se o seu competidor descobre antes de você, ele ganha vantagem competitiva em custo fixo em relação a você.

No mais, siga confiante e boa sorte! 




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;