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Calorias nas bebidas levam à famosa barriga
Rita Norberto
Do Diário do Grande ABC
30/11/2002 | 17:25
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Quando o assunto é calorias, logo vêm à mente doces, chocolates, tortas e sanduíches. Mas o que a maioria das pessoas não imagina é que em dois copos de chope há o mesmo valor calórico que tem um lanche de queijo e presunto ou uma porção pequena de batatas fritas. Esse “detalhe”, segundo a nutrucionista e diretora do Conselho Regional de Nutricionistas de São Paulo, Paraná e Mato Grosso do Sul, Silvia Helena Marangoni, explicaria o surgimento da famosa barriguinha de cerveja.

Segundo Silvia, todas as bebidas colaboram para o ganho de peso. “O que define se a pessoa vai engordar ou não é a quantidade de álcool ingerida. Também contam fatores como pré-disposição genética de cada um”, disse. O que também colabora para o aumento do peso, segundo ela, é que, em geral, as pessoas bebem acima da quantidade indicada e quase sempre beliscam petiscos gordurosos. “Quem gosta de beber não se limita a uma dose ou a uma garrafa. E a bebida sempre é acompanhada a porções de provolone à milanesa, picanha picada, calabresa acebolada, que são alimentos altamente calóricos”, disse.

Para os que levam uma vida sedentária – sem atividades físicas pelo menos três vezes por semana ou caminhadas de 30 minutos –, pior ainda. Os quilos a mais são certos. “Se a pessoa consome mais do que necessita e não gasta, há um desequilíbrio e as calorias acabam sendo armazenadas na forma de tecido adiposo, ou seja, gordura”, afirmou.

Entre as bebidas, há diferentes valores calóricos. Também há aquelas que, como o vinho, são benéficas se consumidas moderadamente. “Tomar até dois cálices de vinho tinto é recomendável, porque ele possui o resveratrol, substância que ajuda no combate a doenças cardiovasculares, porque inibe a oxidação do mal colesterol. É comprovado cientificamente”, disse. Segundo Silvia, até um copo de cerveja ou chope não é prejudicial à saúde.

Caminhadas – Como a maioria das pessoas, o comerciante Valmir Bessa, 40 anos, nunca parou para pensar que as bebidas também engordam. Mesmo sem saber das calorias, Bessa afirma que percebeu que a sua barriga cresceu depois que passou a beber mais cerveja. “Bebo todos os dias. Saio do trabalho e venho para cá para beber com os amigos”, disse, num bar. “A barriga vai crescendo, e eu sei que é de cerveja”, disse. Bessa não é obeso, tem 1m78 e 96 kg. Segundo ele, a compensação vem das caminhadas que faz ao menos três vezes por semana.

Segundo a nutricionista, os homens têm uma tendência genética ao acúmulo de gordura, do tipo andróide, na região abdominal – o que explica a barriga de cerveja. Nas mulheres, segundo ela, a gordura é do tipo gnóide e tende a se acumular nos quadris. “Claro que há pessoas que bebem bastante e, mesmo assim, não têm barriga. Elas não têm a pré-disposição.”




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