Doença, grave e sem cura, é a mais temida entre as zoonoses – passadas de animais a humanos
Entre todas as doenças transmitidas por cães e gatos a humanos, a raiva ainda é, certamente, a mais temida delas. Isso porque, depois de transmitida, ela pode ser incurável, considerando que não existe medicamento com eficácia comprovada para o tratamento. Por este motivo que as administrações públicas fazem periodicamente campanhas gratuitas de vacinação.
A médica veterinária Karin Botteon afirma que a vacinação dos pets é “indispensável” para a prevenção da raiva. “É a única e eficaz forma de prevenção”, enfatiza. Segundo ela, a raiva é causada por um vírus. “Animais selvagens, como morcegos e gambás, quando contaminados, transmitem a doença para cães e gatos por meio de mordidas ou contato sanguíneo. Além disso, a doença é uma zoonose, ou seja, cães e gatos contaminados podem transmitir a doença para os humanos”, explica.
Dados da SVS (Secretaria de Vigilância em Saúde) no Mapa da Raiva no Brasil (arquivo disponível no Portal da Saúde) confirmam a ocorrência de raiva, neste ano, nas regiões Nordeste e Centro-Oeste. No Grande ABC, nenhum caso em humanos foi registrado. Já se sabe que há muito tempo a doença é controlada pela vacinação, mas os especialistas alentam que nada impede que o vírus volte a se espalhar. “A raiva poderia ter sido erradicada no Brasil, mas animais e pessoas infectados ainda representam uma dura realidade. Felizmente, devido à vacinação de cães e gatos, o número de casos diminuiu muito. Mas precisamos levá-lo a zero”, ressalta Karin.
A veterinária afirma que os sintomas são perceptíveis em animais contaminados, uma vez que a doença atinge o sistema nervoso central. “A primeira mudança ocorre no comportamento. O animal fica agitado, agressivo, anda sem rumo aparente e deixa de atender aos chamados do tutor. Também passa a salivar em excesso, deixar de comer e beber e pode sofrer ainda de paralisia nos membros”, alerta.
Ela orienta que a pessoa mordida por pets deve lavar o local afetado com água e sabão como forma de tentar impedir que os vírus contidos na saliva do animal infectado se espalhem. Em seguida, deve procurar atendimento médico o mais rapidamente possível. Já o pet deve ser levado a um médico veterinário.
AÇÕES
Para controlar a doença, as cidades da região realizam, anualmente, campanhas de vacinação antirrábica para cães e gatos. Segundo Fábio Bertola Agostini, coordenador do Centro de Controle de Zoonoses de São Caetano, o recado que tem de ser dado é a importância de se vacinar os pets, seja durante as campanhas ou fora delas. “Muitas vezes, a pessoa não gosta de levar nos postos e prefere dar a vacina no veterinário de confiança. Isso é válido, pois o importante é vacinar. Esse cuidado é indispensável”, lembra.
Ainda conforme Agostini, a raiva foi controlada com a vacinação, e há muitos anos não se ouve falar em casos de contaminação. Mas, segundo ele, o cuidado não deve ser deixado de lado. “O morcego que tiver raiva, se entrar em contato com o pet vai passar (a doença). Então, evitar é o caminho.”
Santo André encerrou a campanha de vacinação na semana passada. Segundo informações fornecidas pelo governo estadual, com base na série histórica de animais vacinados, a cidade possui atualmente população de aproximadamente 61 mil cães e 9.000 gatos. Até 31 de julho, aproximadamente 35 mil pets foram vacinados na cidade. Em 2016 cerca de 15 mil receberam a vacina.
São Bernardo está com campanha até 5 de setembro. São Caetano teve boa adesão e encerra a vacinação no sábado. Já em Mauá, mais de 6.000 animais foram vacinados na primeira semana da campanha, que vai até o fim do mês. Diadema vacina os pets até sexta-feira. Em Ribeirão Pires, aproximadamente 5.000 animais foram imunizados – a campanha segue até terça-feira. O cronograma de Rio Grande da Serra vai até dia 21 de setembro.
Todas as cidades permanecem com vacinação gratuita nos respectivos centros de controle de zoonoses após encerramento das datas da campanha. Para imunizar os pets, o animal deve ter mais de 3 meses e apresentar boa condição de saúde. Caso o bichinho esteja doente, basta aguardar a recuperação dele. A vacina deve ser em dose única, uma vez por ano.
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