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Indefinição tira Maracanã do último jogo da seleção pelas Eliminatórias da Copa
27/07/2017 | 07:00
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Mais famoso estádio do País e considerado a casa da seleção brasileira desde a sua inauguração, em 1950, o Maracanã, no Rio, ficará pela segunda vez na história sem sediar um único jogo do Brasil em Eliminatórias da Copa do Mundo. Nesta quarta-feira, a CBF confirmou que a última partida pela fase classificatória ao Mundial da Rússia será disputada no estádio Allianz Parque, em São Paulo, em outubro. No mês que vem, o Brasil recebe o Equador na Arena Grêmio, em Porto Alegre.

A última vez que a seleção principal jogou no Maracanã foi há mais de quatro anos, em 30 de junho de 2013, quando derrotou a Espanha por 3 a 0 na final da Copa das Confederações. No ano passado, o Brasil fez a final dos Jogos Olímpicos do Rio-2016 no estádio carioca, mas a competição foi disputada basicamente por atletas com até 23 anos.

Desde 1950, em apenas duas oportunidades o Maracanã ficou tanto tempo sem sediar jogos do Brasil. O maior intervalo durou sete anos, entre 2000 e 2007, sendo que nos dois últimos o estádio esteve fechado para obras. A arena também não sediou nenhuma partida do Brasil entre 1993 e 1998. No período, a seleção não disputou as Eliminatórias por ter sido campeã da Copa do Mundo de 1994.

O anúncio do estádio do Palmeiras para a partida diante do Chile surpreendeu porque jogar no Maracanã sempre foi um desejo do técnico Tite. Além disso, a arena carioca era a opção natural para o último jogo do Brasil nas Eliminatórias para a Copa da Rússia - a seleção terá rodado oito capitais nesta fase de classificação antes de fazer o seu último jogo em casa.

Para completar, a própria CBF tinha interesse em fazer a despedida da equipe no Maracanã. A ideia era fazer uma grande festa de encerramento.

Um velho problema do novo Maracanã, porém, impediu o acerto: a indefinição sobre quem manda no estádio. A gestão da arena só está sob responsabilidade do Consórcio Maracanã, controlado pela Odebrecht, por força de decisão judicial. Isso porque a concessionária tenta desde o fim de 2015 devolver a administração ao Estado do Rio de Janeiro. Este, por sua vez, promete lançar um novo edital de concessão desde o início do ano. Enquanto isso, o consórcio trabalha com equipe reduzida, o que se reflete na tomada de decisões e até mesmo em questões de manutenção do estádio. E isso irritou a CBF.

O Estado apurou que a entidade tentou por várias semanas confirmar o Maracanã como palco da partida contra o Chile, mas esbarrou em um jogo de empurra. "Está uma bagunça. Se aparece um problema, não existe uma instância a quem recorrer", afirmou uma fonte.

Alugar o estádio é caro, mas o preço não era uma preocupação da entidade. A CBF costuma repassar cerca de 7% da renda dos jogos no Brasil ao dono da arena. Considerando a bilheteria dos dois últimos jogos da seleção em casa pelas Eliminatórias, um Maracanã lotado renderia pelo menos R$ 800 mil à concessionária. O problema é que o Rio de Janeiro está em gravíssima crise financeira e não havia como garantir casa cheia.

Houve também o receio com a qualidade do gramado. Na avaliação da CBF, não havia como assegurar que o campo estaria em plenas condições, uma vez que o Maracanã não tem uma agenda definida de jogos.

Sem encontrar quem desse garantias até o fim de semana passado, outro problema surgiu: prazo. A CBF precisava encaminhar à Fifa a escolha do local do jogo esta semana. Uma das alternativas seria indicar o Engenhão, mas o fracasso de público no jogo beneficente contra a Colômbia, no início do ano, quando menos de 19 mil pessoas pagaram ingresso, afastou qualquer chance.

A reportagem do Estado procurou a Concessionária Maracanã, mas não houve retorno até o encerramento desta edição.




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