A Polícia Civil de Diadema prendeu ontem três irmãos acusados de participar do seqüestro de um menino de 4 anos, filho de um proprietário de restaurante de Diadema, libertado anteontem à noite.

Um dos irmãos, José Lucas Rodrigues da Silva, 33 anos, era cliente do pai da vítima, conhecia toda a rotina da família e arquitetou o rapto, segundo a polícia. Silva trabalhava no setor de transportes em uma empresa de tubulação no bairro Serraria, vizinha do restaurante. Foi detido ontem durante o expediente.

Policiais do SIG (Setor de Investigações Gerais) detiveram no final da tarde os outros dois irmãos. O vigia Juliano Rodrigues da Silva, 28 anos, e a babá Juliana Rodrigues da Silva, 29, foram presos no bairro Jaraguá, Zona Oeste da Capital.

O seqüestro teve início segunda-feira à noite. No dia seguinte, José Lucas passou a ter um comportamento mais solícito do que o habitual com o pai da criança, o que despertou suspeitas da família.

A polícia foi avisada e começou a monitorar José Lucas. "Após investigação, tivemos certeza de que a família estava envolvida com o crime", afirmou o delegado responsável pelo SIG, João Roberto Barbassa.

Os policiais disseram que os acusados, assim que desconfiaram que eram monitorados, resolveram liberar a vítima no Terminal Barra Funda. Os irmãos Juliano e Juliana falaram para os seguranças da rodoviária que o menino estava perdido e o entregaram.

Os três irmãos tiveram prisão temporária de cinco dias decretada. Munidos com os mandados, 12 policiais efetuaram as prisões.

SEQÜESTRO - A criança foi raptada dentro de casa, na Vila Alice, quando estava sozinha com o irmão de 12 anos. Os seqüestradores se fingiram de entregadores de mercadoria e, cinco minutos depois, o pai recebia a primeira e única ligação. "Exigiram R$ 150 mil. Eu disse que não tinha condições e não fizeram mais contato", falou o pai, que tentava ontem fazer o filho se readaptar à rotina.

"Ele só foi dormir às 4h. Não sabe direito onde ficou. Só diz que jogava videogame e que não apanhou", contou o pai, antes de saber que os seqüestradores foram presos. O menino ficou em um cativeiro no bairro Jaraguá e foi libertado sem o pagamento de um centavo sequer.