Os maestros têm abraçado cada vez mais a causa de fazer com que os concertos de música erudita sejam acessíveis a todas as classes sociais e não só para uma elite burguesa. Mas, para isso, é necessário que entidades civis e as escolas, principalmente, ajudem a espalhar a importância da música clássica, a começar pelas salas de aula.
O Sesc Santo André (Rua Tamarutaca, 302. Tel.: 4469-1200) dá um pontapé de incentivo e inicia amanhã o projeto Um Instante, Maestro! que até novembro realizará concertos gratuitos em um domingo de cada mês, sempre às 11h.
A proposta é apresentar o repertório erudito em pequenas e grandes formações, em concertos temáticos onde se possa estabelecer um diálogo entre músicos e público com viés mais reflexivo do que didático, atrelando informações sobre a obra, compositor, instrumento e formas musicais.
Serão oito concertos com quatro maestros convidados montando a parte temática, comentando obras e eventualmente regendo as apresentações.
Quem abre a programação, amanhã, é Carlos Moreno, regente titular da Orquestra Sinfônica de Santo André. O maestro também participará do projeto em agosto.
Em maio e outubro será a vez de Lutero Rodrigues, ex-regente da extinta Orquestra Sinfonia Cultura e atual professor no Instituto de Arte da Unesp (Universidade Estadual Paulista). Ao Diário, o maestro Rodrigues frisou pontos que dificultam o acesso da sociedade aos concertos eruditos.
"No Brasil não temos o costume de ouvir esse tipo de repertório porque não temos a formação musical básica, e isso afasta o contato das pessoas mais simples. Esse estilo de música acaba sendo um privilégio de quem tem mais condições socioeconômica. Nos meios de comunicação de massa não temos tantas opções de veículos para escutar música clássica como os que tocam música popular brasileira", explica o maestro.
João Maurício Galindo, regente titular da Orquestra Jazz-Sinfônica do Estado de São Paulo, se apresentará nos meses de junho e setembro.
Já em julho e novembro, o regente titular da Orquestra Filarmônica de São Bernardo, Julio Medaglia, finalizará mais uma edição do projeto. Na sua visão, a música clássica não é só um prazer, mas patrimônio universal semelhante aos outros conhecimentos e bens culturais. "Por sorte, voltou o ensino musical nas escolas. Assim as novas gerações poderão conhecer e apreciar música tanto quanto história, geografia e matemática", explica o maestro descrevendo sua preferência pelo repertório sinfônico romântico e moderno, com obras que explorem a máquina orquestral.
PRIMEIRO CONCERTO
A apresentação de estreia é intitulada Universo Místico e Ecológico na Obra de Almeida Prado para Piano, Violino, Voz e Percussão, com repertório dividido em três fases.
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