Lindemberg Alves, 24 anos, voltou ontem a Santo André e participou da audiência de instrução do novo processo que apura a morte de sua ex-namorada Eloa Pimentel em outubro de 2008.
A Justiça já havia decidido submeter Lindemberg a júri popular, mas o STJ (Superior Tribunal de Justiça) acatou pedido da defesa do réu, que alegou não ter exercido o direito de ampla defesa.
Com isso, o processo volta à estaca zero e ontem foram ouvidas cinco testemunhas de acusação. A primeira a prestar depoimento foi Nayara Silva, amiga de Eloa que permaneceu com ela em cárcere privado no apartamento localizado no Jardim Santo André por quase todo o tempo em que Lindemberg as manteve sob a mira de uma arma.
Nayara foi a única testemunha a pedir que o réu não estivesse presente durante seu depoimento, que foi o mais longo. Em cerca de uma hora e meia, a amiga de Eloa contou detalhes do que aconteceu no apartamento e comentou a entrada da Polícia Militar.
"No começo ela estava nervosa, mas se acalmou e deu mais detalhes. Foi um depoimento melhor do que o anterior", disse o promotor Antonio Nobre Folgado se referindo ao processo anterior anulado pelo STJ.
Além de Nayara, foram ouvidos o irmão de Eloa, Everton Pimentel, os dois amigos que estavam no apartamento quando Lindemberg invadiu o imóvel armado - Vitor de campos e Iago de Oliveira - e o sargento da Polícia Militar Athos Valeiriano. O policial foi o primeiro a chegar ao local e teria recebido tiros de Lindemberg na primeira noite do cárcere, que durou mais de 100 horas.
A audiência foi encerrada por volta das 13h30. Para o promotor, os novos depoimentos foram ainda mais satisfatórios. "Pelas provas produzidas, e com base na minha experiência em casos anteriores, acredito que Lindemberg irá a júri popular", disse.
A advogada de defesa, Ana Lucia Assad, classificou os depoimentos como "elucidadores" e afirmou que, desta vez, conseguiu avaliar todos os documentos necessários para defender seu cliente. "Anteriormente, não tivemos tempo de analisar alguns documentos que foram juntados ao processo. Agora está tudo correndo normalmente, até o momento."
Na quarta-feira, dois policiais militares do Gate (Grupo de Ações Táticas Especiais) que participaram da invasão ao apartamento no dia em que Eloa e Nayara foram baleadas serão ouvidos no Fórum de Santana, Zona Norte da Capital.
Ao todo, serão oito testemunhas de defesa que prestarão depoimento em nova audiência ainda sem data marcada. O próximo passo será o interrogatório de Lindemberg, seguido das alegações finais das partes e a decisão do juiz se submeterá ou não o réu a júri popular.
"Se não houver nenhum recurso, acredito que teremos uma decisão até o meio deste ano. Caso contrário, deverá ficar para o ano que vem", explicou o promotor.
Réu não demonstrou reação a depoimentos
Durante os cinco depoimentos das testemunhas de acusação do caso que apura a morte da estudante Eloa Pimentel, o ex-namorado da vítima e acusado pelo crime, Lindemberg Alves, se manteve tranquilo.
O réu foi trazido da Penitenciária de Tremembé, interior do Estado, e chegou ao Fórum de Santo André pouco antes do início das oitivas.
No tribunal, segundo o promotor do caso, Antonio Nobre Folgado, Lindemberg permaneceu em silêncio e não demonstrou qualquer tipo de atitude ou emoção durante os depoimentos de pessoas que contaram detalhes do que aconteceu no apartamento, localizado no Jardim Santo André, entre os dias 13 e 17 de outubro, período em que o réu manteve a ex-namorada refém.
A advogada de defesa, Ana Lucia Assad, disse que conversou com seu cliente como de costume e que o mesmo estava tranquilo.
Após a audiência, o réu voltou à Penitenciária de Tremembé. Ana Lucia não quis adiantar qual linha de defesa irá adotar para tentar livrar Lindemberg das acusações de homicídio, tentativa de homicídio, cárcere privado e disparo de arma de fogo.
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