A virada sofrida por Dilma Rousseff em Santo André colocou o PT municipal em estado de alerta. Embora as características da eleição presidencial sejam distintas das municipais, o presidente do partido na cidade admite preocupação com os reflexos que a votação de domingo pode transferir para eleições futuras.
"No segundo turno intensificamos a campanha. Dividimos a cidade em seis regiões, fizemos bandeiraços, caminhadas... E o resultado da eleição mostrou que é preciso estudar melhor o perfil do eleitorado, até porque pretendemos retomar o Paço em 2012", externou o presidente do PT na cidade, Luiz Turco.
Para o mandatário, três fatores foram responsáveis pela virada de José Serra: a migração dos votos de Marina Silva (PV) em maior escala para o tucano; o alto índice de abstenção; e a despolitização do debate no segundo turno.
"Falou-se muito de aborto, de religião, e Santo André acabou sendo o foco disso tudo", analisa Turco, em referência ao bispo de Santo André e presidente do Regional Sul 1 da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), Dom Nelson Westrupp.
O bispo assinou carta recomendando fiéis a votarem em "candidatos contrários à descriminalização do aborto", fato que atingiu negativamente a campanha de Dilma.
Já o presidente do PT de Ribeirão Pires (outra cidade que registrou virada de Serra), Antonio Carlos Pereira de Souza, o Carlão, encontrou outros culpados pelo fato. "A explicação é que o Serra teve o apoio do prefeito (Clóvis Volpi-PV) e de nove (dos 11) vereadores no segundo turno."
Diante das adversidades constatadas, o presidente destacou que o diretório desempenhou "bravamente o seu papel." Sem nenhum representante na Câmara e carente de lideranças, considerou a derrota de Dilma uma vitória.
RIO GRANDE - Se em Ribeirão o prefeito conseguiu garantir a virada de Serra, o mesmo não ocorreu em Rio Grande da Serra, única das sete cidades cuja maioria do eleitorado não confirmou nas urnas o posicionamento do chefe do Executivo.
Apesar de ter coordenado a campanha do presidenciável tucano no Grande ABC, o prefeito Adler Kiko Teixeira (PSDB) viu o correligionário ser derrotado em seu reduto tanto no primeiro turno (quando Serra recebeu 34,2% dos votos, contra 44% de Dilma) quanto no segundo (54,7% a 45,3% para a petista).
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