A seleção brasileira masculina de vôlei começou o novo ciclo olímpico com um vice-campeonato da Liga Mundial. Neste sábado, mesmo com o apoio da torcida que lotou a Arena da Baixada, em Curitiba, a equipe perdeu para a França por 3 sets a 2, com parciais de 21/25, 25/15, 25/23, 19/25 e 15/13, em 1 hora e 36 minutos, e aumentou o seu jejum na competição. Earvin Ngapeth foi o herói da conquista francesa ao marcar 29 pontos na final. Wallace e Lucarelli fizeram 22 cada para a equipe brasileira.
O Brasil é o maior campeão da Liga Mundial com nove títulos e também a equipe que mais disputou finais - essa foi a 16ª. As conquistas vieram em 1993, 2001, 2003, 2004, 2005, 2006, 2007, 2009 e 2010. E um desses títulos foi assegurado diante da França, em 2006, numa decisão definida em cinco sets, assim como a deste sábado em Curitiba, com a diferença que agora a vitória foi da equipe europeia.
Esta foi a sexta vez que o Brasil foi palco da fase final da Liga Mundial. Mas o único título como anfitrião veio em 1993. Em 1995, 2002 e 2008, a equipe também alcançou a final, mas foi derrotada, assim como neste sábado. Agora voltou a cair em casa, um ano depois da histórica conquista da medalha de ouro nos Jogos Olímpicos do Rio.
Em 2017, a fase decisiva da Liga Mundial foi realizada em uma quadra montada no estádio do Atlético Paranaense. E o grande público presente ao estádio - foram 23.149 espectadores na decisão - e a atmosfera criada por ele, mesmo com a temperatura baixa da noite curitibana - aumentou o peso histórico do confronto vencido pela França.
A Liga Mundial também foi a primeira competição do Brasil após a saída do técnico Bernardinho, multicampeão pela seleção, em passagem iniciada em 2001, sendo que oito dos nove títulos do Brasil no torneio foram com o treinador, agora substituído por Renan Dal Zotto, medalhista de prata na Olimpíada de 1984, em Los Angeles, como jogador.
As seleções do Brasil e da França foram as melhores desde o começo da Liga Mundial. Os europeus se classificaram à fase final com uma campanha praticamente perfeita, de oito vitórias e apenas uma derrota, sendo seguidos pelos brasileiros, com seis triunfos.
E as equipes repetiram a dose na fase final, com cada um avançando em primeiro lugar nas suas chaves, posteriormente vencendo nas semifinais, até se encontrarem na decisão deste sábado. E a conquista ficou com a equipe de melhor campanha, a França, que também havia sido campeã da edição anterior da Liga Mundial decidida no País, em 2015. Assim, os seus dois títulos do torneio foram assegurados em quadras brasileiras.
O JOGO - Renan escalou o Brasil com Bruno, Wallace, Maurício Souza, Lucão, Lucarelli, Maurício Borges, além do líbero Thales. Além disso, Raphael, Renan Buiati e Eder entraram em quadra durante o confronto.
O equilíbrio marcou o início da partida entre Brasil e França. A seleção, porém, foi aos dois tempos técnicos em vantagem, ainda que mínima, de 8 a 7 e 16 a 14. No momento de definição da parcial, a equipe deslanchou e fechou a parcial em 25 a 21 com uma cravada de Maurício Souza. E ficou claro que o bloqueio fez a diferença no set, pois o Brasil marcou três pontos nesse fundamento, contra nenhum dos franceses. Além disso, o passe funcionou bem, facilitando as ações do levantador Bruno.
O revés, porém, não abalou a seleção da França. A equipe começou com tudo o segundo set, logo abrindo 5 a 1 e depois foi ao tempo técnico em vantagem de 8 a 3. O Brasil tentou esboçar uma reação, fez um ace com Wallace que empolgou a torcida, mas viu os franceses permanecerem à frente, conseguindo sustentar a vantagem, fazendo 12 a 7, e até a ampliando para 16 a 9. Assim, liderada pelas ótimas atuações de Ngapeth e Boyer e com o seu bloqueio brilhando - fez seis pontos nesse fundamento - triunfou com bastante facilidade por 25 a 15, empatando a decisão da Liga Mundial. Assim, o Brasil repetiu um incômodo desempenho dos jogos anteriores, pois perdeu o segundo set em todos os compromissos da fase final.
A superioridade francesa se repetiu no começo do terceiro set, tanto que a equipe foi ao primeiro tempo técnico vencendo por 8 a 5. Dessa vez, o Brasil não permitiu que os adversários deslanchassem no placar. Ainda assim, liderada por Ngapeth, fez 16 a 12. Mas mais vibrante e com ótimo desempenho de Bruno e, principalmente, Walace, conseguiu virar o placar para 21 a 20. Só que aí a França exibiu equilíbrio sob pressão e conseguiu vencer por 25 a 23 com um bloqueio em cima de Walace, ficando em vantagem na final.
Assim, a obrigação de triunfar no quarto set era todo do Brasil. Renan, então, fez uma alteração na equipe, com a entrada de Eder na vaga de Maurício Souza. E a seleção respondeu, tendo ótimo começo na parcial e indo ao primeiro tempo técnico triunfando por 8 a 3. A reação, porém, não veio com facilidade, com a França voltando para o jogo, chegando a diminuir a sua desvantagem para 11 a 9. Só que a seleção conseguiu se manter à frente do placar, fazendo 16 a 13. Depois, abriu 19 a 15 e 22 a 16, fechando a parcial em 25 a 19 com um ataque de Eder, exatamente a novidade na escalação no quarto set, e forçando a realização do tie-break.
No set de desempate, liderada por um ótimo início de Lucarelli, o Brasil parecia encaminhar a sua vitória ao abrir 7/4. Só que a França fez três pontos consecutivos para empatar o placar em 7/7. A partir daí, as equipes foram fazendo um duelo igual, até que a França ficou na frente por 12/11 e não deixou mais a dianteira escapar, assegurando o título da edição de 2017 da Liga Mundial com a vitória por 15/13.
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