A cada 60 minutos uma queda de energia elétrica é registrada em uma das sete cidades do Grande ABC. A estatística expõe série de percalços enfrentados pelos consumidores, que muitas vezes não são ressarcidos. A intermitência no fornecimento danifica equipamentos eletrônicos, estraga produtos que dependem de refrigeração e prejudica o fechamento de vendas e negócios. A empresa concessionária responsável pela distribuição de força e luz na região precisa vir a público para explicar o que tem feito para acabar com, ou diminuir, os transtornos.

Necessário reconhecer que o número de quedas registrado nos três primeiros meses do ano, 2.210, é menor que o verificado no mesmo período do ano passado, 2.599, mas ainda assim é muito alto. O ideal, evidentemente, é que não houvesse intercorrência, mas como isso parece impossível, é necessário melhorar os processos de resolução dos problemas denunciados. A população reclama, com razão, da demora da AES Eletropaulo em dar respostas efetivas às falhas relatadas.

Certamente a causa do lapso não é falta de dinheiro em caixa para diminuir o intervalo entre o recebimento da ocorrência e a sua efetiva resolução. A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) acaba de autorizar reajuste na tarifa de força e luz para os clientes do Grande ABC. Os novos valores, que já serão cobrados na conta do mês que vem, variam de acordo com o nível de tensão, sendo média de 5,37% para baixa tensão, como as residências, e média de 2,37% para alta tensão, como indústrias

Já passou da hora de as concessionárias melhorarem o serviço de distribuição de energia elétrica, tornando o sistema menos vulnerável. Como as principais causas da interrupção são as intempéries, como chuva e ventos fortes, uma solução seria proteger a fiação, fazendo-a correr por dutos subterrâneos. É o que fizeram as cidades mais desenvolvidas do planeta. Custa caro? É evidente que sim, mas certamente sairá mais barato que a soma do prejuízo causado à sociedade do Grande ABC por uma queda no fornecimento a cada hora.