Economia Titulo Dívidas na Educação
Inadimplência cai nas escolas da região e fecha abril em 7,48%

Em relação a 2016, dados para 1º quadrimestre são
otimistas, mas instituições ainda sofrem com débitos

Flavia Kurotori
Especial para o Diário
24/06/2017 | 08:15
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Divulgação


Nos primeiros quatro meses deste ano, o índice de inadimplência nas escolas particulares da região apresentou queda, se considerado o mesmo período de 2016. Para se ter uma ideia, em abril, ele foi de 7,48%, ante 8,13% no ano anterior. Ainda que comparado com 2016 os números sejam otimistas, a quantidade de devedores em 2017 tem crescido entre os meses. Em janeiro, eles somavam 6,91%.

Considerando que a rede particular de ensino mantenha a quantidade de matriculados de 2016 – 127.617 alunos –, significa que, aproximadamente, 9.545 estariam devendo até o quarto mês do ano. O levantamento exclusivo é feito pelo Sieeesp (Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino no Estado de São Paulo) e levam em conta centros educacionais de pré-escola, ensinos Fundamental e Médio. 

Na opinião da diretora regional do sindicato, Oswana Maria Fernandes Fameli, apesar de pequena, a queda na quantidade de devedores é consequência do cenário econômico. “Neste ano, a economia está dando sinais de melhora”, afirma. Um dos reflexos é o nível de emprego das sete cidades. Conforme informações do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) divulgadas neste mês pelo MTE (Ministério do Trabalho e do Emprego), a região ficou com saldo positivo de empregos em abril e maio, com 845 e 197 vagas, respectivamente.

Mesmo com a desaceleração, os devedores preocupam os mantenedores. O diretor do Colégio Singular, Paolo Gambogi, atesta que a inadimplência “cresceu pouco, mas cresceu”. Na rede, o índice aumentou, até o momento, cerca de 2,5% na comparação com 2016. Porém, em ritmo menor. “De 2014 para 2015, foram registrados 3,5% a mais de devedores”, comenta. 

Ainda que o desfalque não prejudique o ensino, Gambogi lamenta que alguns investimentos acabem sendo adiados, como reformas nas instalações das unidades.

Já no Colégio Nobilis, de Santo André, a inadimplência chegou a 20% no último mês, entretanto, o administrador da entidade, Caio Justo, diz que os índices mensal e o anual são diferentes, pois, na maioria das vezes, a pessoa deve um período, mas acaba pagando no próximo mês. Na escola, a média do índice é de 6% ao ano.

O centro de ensino aguarda três meses antes de enviar o nome dos devedores ao setor jurídico. “Ano passado, tivemos que entrar com apenas três processos, mas em 2017, até agora, já contamos com oito”, explica Justo. “Crescemos quanto ao número de alunos em 5% neste ano, mas, infelizmente, todo bônus vem com ônus”, completa.

A boa notícia é que antes de acionar os pais ou responsáveis financeiros na Justiça, as escolas estão abertas a negociações. Em alguns casos, é possível, por exemplo, dividir a parcela devida entre os próximos dois meses. 

Todavia, segundo o diretor do Colégio Singular, a maioria procura a escola para quitar os débitos apenas no fim do ano. “Como não é possível rematricular o aluno na situação de inadimplência, eles nos procuram apenas no último momento”, assegura. 

Para a criança nada muda. “As escolas trabalham com contratos anuais, então mesmo que o responsável esteja devendo, o aluno não será prejudicado de nenhuma forma”, garante a diretora regional do Sieeesp. 

ENSINO SUPERIOR

Nas faculdades e universidades da região, a indimplência também é um assunto recorrente, porém elas não divulgam dados sobre o assunto, apenas afirmam que praticam ações para renegociar as dívidas com os alunos.




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