Assim que entrou na quermesse da Paróquia Santo Antônio, na Vila Alpina, em Santo André, na manhã de ontem, Elisabete Regina Ferreira Clauson, 55 anos, se emocionou e caiu em lágrimas. A moradora de São Caetano foi uma das 10 mil pessoas que compareceram à igreja que homenageia o popular santo da Igreja Católica para celebrar o dia dedicado ao casamenteiro.

A emoção de Elisabete foi consequência de lembrança da mãe, devota de Santo Antônio e falecida em 2015, aos 92 anos. Em nome da fé, a matriarca da família manteve por mais de 20 anos a tradição de preparar bolo e doar ao casamenteiro. “A fé é tudo. Se a pessoa não tem fé, ela pode pedir o que for que não alcança”, considera ela. A religiosidade é forte por toda família, destaca ao ressaltar que um dos irmãos – que sofreu AVC (Acidente Vascular Cerebral) – atualmente produz pães para benzimento e distribuição.

A festa dedicada a Santo Antônio contou com a celebração de sete missas, além de quermesse com barracas de comida e bebidas e a venda do tradicional bolo casamenteiro. O cenário foi composto ainda por fila de fiéis em busca de bênção para os pães.

A andreense Elza Luciano, 51, revela caso emblemático em que contou com a ajuda do santo. Durante passeio de carro, há alguns anos, falha mecânica fez com que o veículo parasse de funcionar em uma ladeira. O problema, conforme o profissional da assistência especializada, era a falta de um parafuso responsável por ligar o motor. “Ajoelhei e pedi a Santo Antônio a graça de achar o parafuso. Na hora, me veio à cabeça a ideia de passar a mão na beirada da lataria do carro. Quando passei a mão embaixo do motor, o parafuso veio grudado no meu dedo”, lembra.

Para o frei Geraldo dos Santos, a celebração corresponde à importante reforço espiritual. Isso porque a mensagem deixada pelo santo é a de viver conforme manda o Evangelho. “Por ser de bondade tão grande, as pessoas sentiram que ele (Santo Antônio) podia ser um instrumento de Deus na vida delas. Ele cuidava muito dos pobres, daí vem o sentido do pão, das pessoas humildes e da oração do pão nosso de cada dia”, observa.

Nascido em 1191, em Lisboa, Portugal, Santo Antônio tinha origem nobre, mas largou os bens materiais para seguir os ensinamentos de São Francisco de Assis. Após atender ao pedido de moça sem condições financeiras cujo sonho era se casar, ganhou a fama de casamenteiro. Ele morreu aos 36 anos, na Itália, em 1231.