Achei fantástica esta frase: ‘Eu ia muito mal na escola, mas lia Shakespeare’. Temos aí grave constatação: a de que a escola...
Artigo
Escola, livro e ambiência cultural
Achei fantástica esta frase: ‘Eu ia muito mal na escola, mas lia Shakespeare'. Temos aí grave constatação: a de que a escola, um ambiente de cultura (apesar de que em alguns ambientes de cultura as ingerências são muito comezinhas), vem executando serviço totalmente oposto à cena cultural, porque era de se esperar que ela despertasse a paixão pela leitura, e não afugentasse os futuros leitores.
Como então despertar o gosto pela leitura num mundo em que as informações, o conhecimento, quase tudo está a um clique? Mas para quantidade esmagadora de pessoas, a escola talvez seja o único lugar em que elas vão ouvir falar de cultura, de livros. Daí ela precisar abrir-se para esse mundo, disponibilizando livros a todos, e não os fechando em bibliotecas sombrias. E não só disponibilizar. Há a necessidade de mostrar que o livro pode mudar uma vida, que a história existencial da pessoa, cheia de privação, de miséria, poderá ter, sim, final feliz, mesmo que esse final feliz venha por meio do conhecimento de que se é mantido à margem por motivos econômicos, de dominação.
Em todo caso, o papel do professor precisa mudar, ao chamar para si a tarefa hercúlea de fazer com que alunos, que mal ouvem o que dizem, que preferem virar as costas, ou jogar cartas na sala, se vejam na responsabilidade de reescrever uma história diferente, a começar pela mudança de postura. É preciso pôr na cabeça dessas pessoas que elas não vão chegar a lugar algum se mantiverem postura de indiferença, de descrédito, como se o futebol, a televisão ou o Big Brother Brasil fossem mais importantes que algumas horas de viagem na leitura. Dizem, em alto e bom som, que se trata de ‘perca' de tempo. Pois é.
Porque a verdade é que a população prefere assistir à novela a desfrutar momentos prazerosos que um livro pode fornecer, porque a novela não faz pensar, porque atrás de atrações nada dignificantes existe projeto de manter a massa num estado de ‘podridão' cultural, estágio final da chamada alienação. Pois o povo está há muito alienado, basta perguntar o que acha das famigeradas ‘pegadinhas do Faustão', para que risadas sejam a resposta. Na verdade, é de chorar. Vai outra constatação: como o ser humano gosta de ver o outro na fossa, para não escrever aquela palavra que o leitor com certeza pensou.
Sérgio Simka é professor universitário e escritor. Bruna Fonte é escritora e fotógrafa especializada em fotografia documental do patrimônio histórico e natural.
Palavra do Leitor
Junqueira
Moro próximo à Praça Ivanilton Costa Santos, na Vila Junqueira, em Santo André, que está abandonada. A altura do matagal torna impossível a travessia para as pessoas que necessitam levar os filhos para a creche e também permite que algum ladrão possa se esconder, comprometendo a segurança dos moradores ao redor, além de muito lixo, ratos, baratas e, com esta época de chuvas fortes, há proliferação de insetos. Mas não consigo ficar indignado, ou com a sensação de estar sendo lesado, pois vejo que na antiga gestão esse problema já havia se instalado e seria herança infeliz. Vejo com bons olhos e quero poder elogiar o nosso atual prefeito, mas para isso acontecer precisamos que uma equipe seja direcionada para realizar essa tarefa com a devida urgência.
Moisés L. Ribeiro, Santo André
Resposta
Em resposta à carta da leitora Maria José da Silva Amorim (Área de lazer, dia 13), a Prefeitura de Santo André esclarece, por meio do Departamento de Parques e Áreas Verdes, que equipe de manutenção dos aparelhos de ginástica fará vistoria imediata na Rua Rio Claro para averiguar a extensão dos danos e providenciar os reparos dos equipamentos. O serviço de roçagem, no mesmo local, já está obedecendo cronograma de ações do departamento e será realizado até o fim de semana. Com equipes trabalhando intensivamente desde a segunda quinzena de janeiro, já foi capinado cerca de 1 milhão de m² de áreas em diversos pontos da cidade.
Prefeitura de Santo André
Área de risco
A casinha feita pelo Fernandes (Opinião, dia 13) em área de risco de nossa região, segura por bexigas de gás, para não ser tragada, bem poderia ser o símbolo de campanha para desmotivar moradores a não usarem deste meio apelativo para que o poder público lhes consiga moradias dignas, a ponto de não obedecerem à Defesa Civil, restando-lhes, como disse o Editorial deste Diário (dia 13), que todo ano cobre as terríveis desgraças de soterramentos, causados pelos temporais de verão: ‘Restam apenas fé e sorte como proteção'. Mas, sendo isso sonho, as autoridades deveriam ‘salvar' as crianças, levando-as para lugares seguros, uma vez que os adultos não querem obedecer, deixando tal área, pois a solução dada pelo chargista premiado pode ser paliativa, mas só no desenho. As crianças não podem nem devem sofrer com as irresponsabilidades dos pais e de quem mais deveria protegê-las, conforme seu estatuto e a prudência.
Antônio Melo, Santo André
Vereadores
Apesar de este munícipe ter devolvido aos vereadores da legislação passada cerca de 80 faixas que emporcalhavam as ruas de São Bernardo, é de se lamentar que ainda exista vereador que desconheça as regras que permitem a colocação de faixas com propagandas ou publicidades nas ruas da cidade. Já passou da hora de os incautos acessarem o site da Câmara Municipal e dar uma lida na última edição da Lei Municipal 4.974, de 31 de maio de 2001, e, após isso, parar de emporcalhar a cidade, até porque a lei foi feita para todos. Principalmente àqueles que agradecem a si mesmo algo que tenha feito até por obrigação junto a seus eleitores.
Marcelo Sarti, São Bernardo
Anedotas
Parece piada, mas é verdade! Temos o SUS, só não temos médicos suficientes. Temos 27 Estados, mas só os do Sudeste (São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Minas Gerais) atraem toda população, principalmente os que fogem da miséria. Temos petróleo bruto suficiente para o nosso consumo, mas não temos refinarias suficientes para evitar de ter de comprar combustíveis no Exterior, e em dólar. Temos o álcool, com produção totalmente brasileira, mas evitamos seu consumo, devido ao preço igualar com o da gasolina, portanto está sendo cotado em dólar também. Será que investir em estádios de futebol é a solução?
Ivanir de Lima, São Bernardo
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