Setecidades Titulo Contra fraudes
Região terá cadastro único na Habitação contra fraudes

Projeto será desenvolvido com governo
estadual para evitar, por exemplo, duplicidade

Yara Ferraz
Do Diário do Grande ABC
08/06/2017 | 07:00
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André Henriques/DGABC


Parceria entre o Consórcio Intermunicipal do Grande ABC e o governo do Estado lançou ontem plataforma digital inédita para unificação dos cadastros de auxílios à moradia nas sete cidades da região. O intuito é o cruzamento destes dados cadastrais para verificar possíveis fraudes ou casos de duplicidade no benefício, o que, em tese, deve abrir espaço para que mais pessoas se inscrevam em programas habitacionais.

Atualmente, as prefeituras mantêm os cadastros dos beneficiários de cada cidade de forma individualizada. A plataforma vai possibilitar que os dados, histórico e perfil de cada família sejam disponibilizados em uma espécie de banco de dados regional.

O secretário estadual da Habitação, Rodrigo Garcia, esteve ontem na sede do Consórcio, em Santo André, para falar do assunto. “Estamos fazendo essa unidade cadastral para que a gente consiga ter melhor planejamento daqui para frente. Hoje, temos acesso ao cadastro das prefeituras e o diálogo, mas no digital haverá muito mais agilidade no planejamento habitacional”, afirmou.

A implantação não trará custos aos municípios, que já iniciam a disponibilização de dados no sistema a partir desta semana em fase de testes, e também podem sugerir mais campos de informação na tela de cadastros até a próxima semana. Técnicos da CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano) já se reuniram com as prefeituras e trabalham na formatação do sistema.

O secretário de Habitação e Regularização Fundiária de Santo André, Fernando Marangoni, responsável pela articulação do projeto na região, afirmou acreditar na expansão da plataforma. “O grande problema é identificar essas ocorrências, porque precisávamos cruzar as bases dos municípios e, além de Mauá, Santo André também tem divisa com São Bernardo. Então, visitei todos os secretários e tivemos apoio incondicional. Vamos iniciar no Grande ABC e depois expandir para toda a Região Metropolitana”, disse.

Conforme dados do Estado, são mantidas 2.472 famílias com benefício de R$ 300 mensais custeados pela CDHU nas sete cidades. Em programas municipais são pelo menos mais 4.000 pessoas, sendo 500 em Santo André, 2.500 em São Bernardo e 980 em Diadema. São Caetano não possui programa municipal com auxílio de renda, porém há planejamento de criação. Mauá informou ter desembolsado R$ 1,6 milhão para o pagamento de benefícios do bolsa aluguel, entre janeiro e abril, mas não especificou o número de famílias incluídas. Dados do Consórcio, levantados pela UFABC (Universidade Federal do Grande ABC) em agosto do ano passado, mostram que a região tem deficit habitacional de 230 mil moradias.

O anúncio da unificação do cadastro habitacional foi feito na abertura do seminário Avanços e Novos Desafios para Políticas Habitacionais no Grande ABC, realizado no Consórcio, que contou com apresentação de projetos do Estado para a área por Garcia. Participaram do evento os prefeitos Orlando Morando (PSDB-São Bernardo e presidente do Consórcio) e Gabriel Maranhão (PSDB-Rio Grande).


Sto.André mapeia terrenos públicos

A Secretaria de Habitação de Santo André divulgou ter realizado levantamento de áreas públicas que podem dar lugar futuramente a empreendimentos de unidades habitacionais. Inicialmente são 56 locais. “É algo inédito essa consolidação do banco de dados dos terrenos públicos ligados à Habitação, porque não tínhamos esse mapeamento de forma clara”, afirmou o secretário Fernando Marangoni.

A cidade mantém deficit de 33 mil moradias e 162 núcleos habitacionais, sendo que 69 foram urbanizados. A ideia é apresentar os terrenos para receber projetos de moradia do Estado e governo federal. “Todos têm de passar por diversas analises, inclusive da Caixa Econômica Federal, que é bem rigorosa. O que é invadido já não posso usar, se tenho problema com saneamento básico também inviabiliza e tem de corrigir. Então, estamos traçando matriz para priorizar os mais aptos à produção habitacional e mais para frente vamos preparando os outros.”

Marangoni destacou que o Paço aguarda chamamento público para empreendimento de 650 unidades do Ministério das Cidades, que deve sair em 30 dias. “Precisamos pensar em PPPs (Parcerias Público-Privadas) para discutir novos modelos de produção.” 




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