Economia Titulo Em maio
Inflação do aluguel é a menor desde 1989

IGP-M deflaciona pela segunda vez consecutiva; redução nos preços deve movimentar mercado

Flavia Kurotori
Especial para o Diário
31/05/2017 | 07:24
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O IGP-M (Índice Geral de Preços – Mercado), conhecido popularmente como a inflação do aluguel, registrou deflação de 0,93% em maio. Trata-se do menor percentual para o mês desde 1989. Adicionalmente, esta foi a segunda redução consecutiva, pois, em abril, houve retração de 1,10% no indicador inflacionário. Os dados foram divulgados ontem pelo Ibre (Instituto Brasileiro de Economia), da FGV (Fundação Getulio Vargas).

No acumulado do ano, a variação está negativa em 1,29%. Desde janeiro, a variação do IGP-M está caindo e, nos últimos dois meses, deflacionando. Nos últimos 12 meses, no entanto, o índice está positivo em 1,57%.

Na avaliação do professor da Escola de Negócios da Universidade Municipal de São Caetano Volney Gouveia, “a queda é boa, mas originada de um forte desaquecimento econômico”. Ele explica ainda que, por conta da crise, pode haver “dificuldades inclusive para repassar a correção (neste caso, redução do preço) ao consumidor final”.

“O IGP-M não é o melhor indicador para sabermos se a economia está dando sinais de melhora, pois ele é a consequência de um mercado estagnado”, aponta o pesquisador do Observatório Econômico e professor da Universidade Metodista Moisés Pais dos Santos. Isso porque, em tempos de dificuldade econômica, a decisão sobre alugar imóvel é adiada. “As pessoas não estão consumindo por conta de a renda estar menor, situação derivada do forte desemprego. Por isso, esta deflação não significa a movimentação da economia”, completa.

Para Gouveia, outro fator que dificulta saber se o dado é positivo para o mercado é o cenário político incerto. “É muito cedo para dizer se é um bom sinal para a recuperação.”, assinala.

O empresário Miguel Colicchio Neto, o Guta, proprietário de uma imobiliária em Santo André, vê a deflação no IGP-M com bons olhos e como chance de movimentar o mercado em que atua. “Esta queda, atrelada à larga oferta de imóveis no mercado, dará abertura para o locatário negociar o valor do aluguel”, diz. “Para o locador também é vantagem, pois é melhor alugar por um valor mais baixo do que deixar o apartamento ou a casa fechados”, acrescenta.

Guta é otimista e acredita que a deflação da inflação “favorece a retomada do ritmo normal do setor”.

FATORES - Dentre os itens levados em conta para o cálculo do índice, estão o IPA (Índice de Preços ao Produtor Amplo) – variação de preço nos bens finais, intermediários e matérias-primas brutas –, o IPC (Índice de Preços ao Consumidor) – variação de preço na alimentação, habitação e vestuário – e o INCC (Índice Nacional de Custo da Construção) – variação de preço de materiais, equipamentos, serviços e mão de obra. Estes, por sua vez, registraram variação mensal de -1,56%, 0,29% e 0,13%, respectivamente. 




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