Interlocutores do Planalto reconheceram que, em meio à crise política, era preciso escolher um sucessor o mais rápido possível para evitar um desgaste com o mercado financeiro. Auxiliares de Temer admitem que a saída da presidente do BNDES neste momento "é uma baixa importante". Logo após o anúncio da demissão, Temer reuniu-se com os ministros da Fazenda, Henrique Meirelles, e do Planejamento, Dyogo Oliveira.
No Planalto, assessores do presidente ressaltam que Maria Silvia "já fez o trabalho mais pesado" no BNDES, reorganizando o banco desde que assumiu o cargo, há um ano. Neste momento, o Planalto salienta que o norte dado ao BNDES não mudará. "A linha do BNDES está dada. O movimento mais difícil já foi feito e todos os outros braços econômicos importantes continuam trabalhando", justificou um auxiliar do presidente.
Além de o impacto na demissão de Maria Silvia, a notícia de que a agência de classificação de risco Moody's rebaixou a perspectiva do rating do Brasil de estável para negativa abateu o governo, que tentava emplacar uma agenda positiva, apostando as fichas que na semana que vem conseguiria retomar a confiança do mercado durante o Fórum de Investimentos Brasil 2017, em São Paulo. A presidente do BNDES seria uma das palestrantes e, até o momento, o Planalto diz que ainda não sabe quem vai substitui-la no painel. Mas assegura que há "gente graúda" do mercado confirmando presença e há 1.400 inscritos para participar do encontro.
Questionado pela reportagem se comentaria o rebaixamento da perspectiva do Brasil, a assessoria de imprensa do Planalto informou que "o posicionamento do governo foi feito pelo Ministério da Fazenda por meio de nota".
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