Os especialistas iniciaram a colher amostras dos corpos das vítimas do maremoto na Tailândia, neste sábado, para tornar possível sua identificação e enterro apropriado. Se o estado de decomposição dos corpos permitir, também poderão ser utilizadas digitais.
A comunidade internacional levou sete dias para estabelecer os protocolos e coordenar este trabalho com as autoridades tailandesas, um problema de magnitude e complexidade sem precedentes. "Dezenove países atuam em conjunto. Mais de 300 pessoas trabalham com as mesmas orientações e sob uma mesma direção", declarou o coronel da polícia, Pornprasert Kanchanarin, a diplomatas e voluntários do centro de crise de Phuket.
"Todos os dados serão enviados à polícia de Phuket. Já criamos uma página na internet", acrescentou o coronel.
A China se ofereceu para fazer de graça a identificação de DNA. Entretanto, recolher as amostras em si deve levar várias semanas. A comparação das informações genéticas com base nos dados das vítimas fornecidos pelos países promete demorar meses.
As autoridades tailandesas decidiram colocar um chip eletrônico nos corpos das vítimas fatais do maremoto de domingo passado para facilitar sua localização após as difíceis tarefas de identificação, informou neste sábado uma autoridade local.
"Os corpos receberão um número. Já colocamos um chip em 2 mil cadáveres", que foram armazenados em câmaras frigoríficas, explicou Kanchanarin. O oficial acrescentou que estão sendo considerados praticamente como mortos os desaparecidos. "As possibilidades de continuarem vivos depois de seis dias são muito remotas. A maioria está morta", disse. Os chips "nos ajudarão mais tarde a saber onde se encontra cada corpo e evitará o trabalho de verificação de cada bolsa (onde estão os corpos)", explicou o coronel. As autoridades tailandesas colocaram à disposição das famílias vários centros onde se pode fazer coleta de amostra de sangue para facilitar o estabelecimento do parentesco.
Dentistas e especialistas médicos passaram neste sábado seu primeiro dia em meio aos corpos em decomposição, cujo aspecto e fedor são terríveis. Apesar disso, é claro o alívio dos especialistas por finalmente começar seu trabalho, depois de dias de espera. Desde a última sexta-feira, os cadáveres encontram-se em refrigeradores ou cobertos com nitrogênio líquido para desacelerar sua decomposição.