Um trem lotado com três vagões de 1909, que estavam expostos no Memorial do Imigrante, na capital, partiu da Estação da Luz, em São Paulo, com 150 convidados da BM&F (Bolsa de Mercadorias e Futuros), que patrocinou a reforma, e da MRS Logística, empresa administradora da linha que sai de Jundiaí e leva ao Porto de Santos. Muitos dos convidados eram ex-funcionários da extinta São Paulo Railway, que construiu a ferrovia e os trens que funcionaram por mais de 50 anos. Não foi só a torre do relógio que passou por reforma. As cabines do trem, que levou os convidados, foram cuidadosamente recuperadas para que as características originais renascessem.
Fotos antigas nas paredes, móveis em estilo clássico, funcionários em roupas de época e o som do apito da maria-fumaça criavam um ambiente de nostalgia nos aficionados pela famosa linha Santos-Jundiaí. “Há muita história guardada na Vila de Paranapiacaba e nos vagões que por aqui passavam. Foi por essa linha que o Brasil e São Paulo se desenvolveram. A recuperação desse patrimônio não tem preço”, disse Manoel Félix Cintra Neto, presidente da BM&F, ao se referir aos cerca de R$ 50 mil investidos inicialmente na reforma da torre. Cintra Neto disse que há recursos para novos projetos de restauração e turísticos para a linha.
O trem que partiu da Luz desceu a serra até a desativada Bolsa do Café, em Santos, onde foi lançado o livro Palácio do Café. A obra relata histórias das etapas do comércio do principal produto brasileiro para exportação do começo do século passado. De acordo com Júlio Fontana Neto, presidente da MRS, empresa que administra a linha, há um projeto para transformar trecho de 2 km em linha turística.
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