O governo do prefeito de São Caetano, José Auricchio Júnior (PSDB), estuda adotar novo modelo para a frota de veículos do Palácio da Cerâmica. A análise está sendo feita em meio à devolução de dez carros que pertenciam à Câmara. O decreto que formaliza a doação de parte dos automóveis do Legislativo foi publicado no dia 18 no Diário Oficial.

Auricchio antecipou ao Diário que os carros devolvidos por dez dos 19 vereadores – nove deles governistas – substituam alguns veículos que atualmente estão em uso por diversas áreas da Prefeitura, mas que se encontram em condições de serem leiloados.

“Vai ser de extrema utilidade (os automóveis devolvidos pela Câmara). Estamos com frota própria na administração que conta com mais de 50 carros em condição de leiloar. Desses, vamos encontrar dez para leilão”, frisou o tucano, que acrescentou não ser possível, a princípio, estimar a arrecadação com a venda dos veículos.

De acordo com o chefe do Executivo, o levantamento para a revisão da frota municipal está nas mãos da Secretaria de Governo, chefiada por Patrícia Florêncio. “Estamos elaborando um novo plano para a frota, revendo os contratos de locação. De repente, podemos fazer nova licitação”, alegou o prefeito.

Em janeiro, Auricchio já havia reajustado três contratos de locação de veículos para a Prefeitura, celebrados pelo governo do ex-prefeito Paulo Pinheiro (PMDB) com empresas distintas. Na ocasião, o tucano chegou a afirmar que os acordos previam, inclusive, despesas com a contratação de dois motoristas por cada um dos 120 carros. Desse total, 43 foram devolvidos – redução de 35%.

A devolução de nove dos 23 veículos que pertenciam à Câmara – modelos Corsa e Astra, anos 2007 e 2009 – chegou a ser motivo de embate entre governistas e oposicionistas no Legislativo.

A ação foi anunciada em fevereiro, depois de os parlamentares ligados à base do governo sofrerem desgaste com críticas por não terem apoiado medidas de transparência, ao contrário de vereadores da oposição. A ideia dos governistas era a de que os opositores seguissem o mesmo caminho e abrissem mão dos veículos, o que, na prática, não ocorreu.

Apesar da redução do número de unidades no Legislativo, o presidente da Casa, Pio Mielo (PMDB), renovou por mais um ano o contrato de seguro dos 23 automóveis com a empresa Mapfre Seguros. Mesmo com a frota sendo reduzida a 13 carros, o convênio foi aditado, com base no contrato original que englobava mais dez veículos, por R$ 8.202.

Os carros ainda permanecem na Casa. Segundo o chefe do Legislativo, o aditamento foi assinado antes da decisão dos vereadores de devolverem parte da frota e que o valor da diferença seria calculado como “crédito para a Câmara”.