Publicada há duas semanas, a MP do Bem 2 – que reduz ou isenta de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) diversos materiais de construção – chegou ao varejo. Na expectativa de aquecer de imediato as vendas, lojas do setor no Grande ABC começam a repassar o benefício tributário do governo federal para o valor final das mercadorias. As empresas também se aproveitam da queda de preço de alguns produtos para estimular as vendas de outros materiais, que não entraram no listão da MP.
Além do barateamento dos produtos desonerados, alguns materiais – como cimento e tijolos, não incluídos no pacote da MP – também apresentam redução significativa de preços. A queda pode chegar até 10%. A Anamaco (Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção) justifica essa retração argumentando se tratar de um “efeito cascata” dos benefícios da segunda edição da MP.
Para despertar a atenção dos consumidores, as lojas anunciam o repasse da redução ou isenção do IPI nos preços finais das mercadorias. A T&T Tumkus, com duas unidades em Santo André, estendeu faixas publicitárias nas fachadas anunciando os preços mais baixos devido ao benefício tributário. A gerente da loja do Jardim Paraíso, Josi Neves, conta que a decisão foi estratégica. O metro quadrado de azulejo Portinari, por exemplo, baixou de R$ 22,97 para R$ 22,03.
Logo após o decreto do governo federal, no dia 7 deste mês, a Tumkus decidiu repassar descontos aos produtos, antes mesmo de renovar os estoques de mercadorias com ou sem incidência da redução do IPI. “Baixamos assim que o governo decretou. Foi um critério da rede para chamar a atenção dos clientes. Como estamos há 42 anos no mercado, temos condições de fazer isso”, explica.
Descontos – Além de estratégia de vendas das lojas, a redução de preço também se tornou exigência de consumidores. Segundo o gerente-geral da Telhanorte, de Santo André, Acyr Nunes, os clientes estão atentos aos descontos. “Tem muitos compradores que chegam e já perguntam se repassamos a redução ou isenção do IPI”, conta Nunes.
A gerência da Telhanorte ressalta que a divulgação de preços mais baixos ajuda a movimentar as vendas. “Oferecemos 5% de desconto e ainda damos outra vantagens para clientes que fazem boas compras. A gente sempre negocia”, promete Nunes.
Assim como a T&T Tumkus, a Telhanorte se antecipou à renovação dos estoques para garantir preços mais baixos. “Arcamos com esse desconto e certamente houve negociações com fornecedores, que não sei informar quais foram. Mas, no ato do decreto, baixamos preços”, explica o gerente-geral.
Segundo o gerente da Constrular, de São Bernardo, João Paulo Ferreira, muitas lojas de material de construção se sentiram na obrigação de baixar os preços por conta da MP. Por isso, além de mais baratos os materiais de construção estão com melhores preços e formas de pagamento. “Juntou a redução do imposto, com o aumento do crédito e a vontade das pessoas em construir ou reformar. Tudo isso tem aquecido das vendas, antes mesmo que todos os produtos tenham queda de preço”, afirma.
“Os preços começaram a cair nesta semana e despertaram o interesse do consumidor. Não tenho dúvidas de que a ação do governo vai colocar o setor de materiais de construção em uma trajetória de forte crescimento de vendas”, afirma Adilson Bonuci, gerente da loja Copafer, em Santo André.
á o proprietário da Gobatti Prediolar, de Santo André, Reinaldo Gobatti, acredita que, além do estímulo dos preços mais baratos, a iniciativa causou um efeito psicológico positivo nos clientes. “Assim que a nova lei foi publicada na imprensa, o movimento cresceu muito. Aqueles consumidores que não compraram, fizem pesquisa de preços para gastar depois”, diz Gobatti.Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.