O general Peter Cosgrove, comandante da Força internacional, composta em sua maioria por tropas australianas, protestou energicamente contra a versao do incidente assinalado por Jacarta e segundo o qual seus homens estavam em território indonésio.

John howard, primeiro-ministro australiano, por sua parte declarou em Camberra que desejava encontros no ``mais alto nível' para esclarecer o incidente.

Revela, segundo ele, ``que certos elementos das forças armadas indonésias nao levam em conta a resoluçao do Conselho de Segurança das Naçoes Unidas, ao continuar apoiando as milícias'.

O ministro indonésio de Relaçoes Exteriores, Ali Alatas, por sua parte, declarou em Jacarta que ``mesmo em se tratando de um incidente, é estranho que, com todo o equipamento sofisticado de que dispoem as forças da Interfet, o incidente tenha sido possível'.

O choque, terceiro em quatro dias, ocorreu nas proximidades de Motaain, a localidade que marca a fronteira, em território indonésio, entre Timor Leste e Timor Oeste.

A patrulha australiana, de acordo com os jornalistas presentes, recebeu disparos de homens uniformizados e reagiu matando um e ferindo outro.

Foi a primeira vez oficialmente que os soldados da força internacional que começam a se mobilizar e internar-se na zona fronteiriça, mantiveram contato com forças indonésias, mas semelhante incidente, estimam os analistas, era previsível.

As milícias efetivamente se reagruparam à beira da fronteira, em território indonésio, de onde seus chefes ameaçam atacar a força internacional.

O exército indonésio, tal como exige as Naçoes Unidas, se comprometeu a desarmar as milícias que criou e armou, mas certos elementos, segundo um alto funcionário norte-americano presente no local na semana passada, continuam a apoiá-las.