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PM rebate acusaçao de ex-soldado na CPI
Do Diário do Grande ABC
20/11/1999 | 16:36
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Os dois oficiais da Polícia Militar acusados de envolvimento no roubo de cargas de caminhao na regiao de Campinas disseram neste sábado que estao sendo vítimas de vingança. O major Eliziário Ferreira Barbosa, chefe interino do Comando do Policiamento Rodoviário de Sao Paulo, e o capitao Renato Botelho, comandante do Policiamento Rodoviário em Jundiaí deverao ser ouvidos nos próximos dias pela CPI do Narcotráfico.

O sub-relator da CPI em Campinas, deputado Robson Tuma (PFL-SP), disse que todas as informaçoes serao checadas, "para que nao se cometa injustiças".

O suposto envolvimento dos policiais rodoviários foi denunciado pelo ex-soldado da PM, Luiz Antonio Ferraz, condenado a cinco anos de prisao por roubo. Em depoimento à CPI, ele disse que Barbosa e Botelho davam-lhe ordens para escoltar caminhoes roubados pelo empresário Willian Sozza. Entretanto, numa acareaçao com o ex-soldado, o motorista Jorge Méres, ex-integrante da quadrilha de Sozza, disse nunca ter ouvido falar dos dois policiais. "Nós o prendemos e ele prometeu que se vingaria", disse Barbosa.

O capitao instaurou o processo disciplinar e o major presidiu o inquérito que resultaram na expulsao do ex-soldado e em sua condenaçao na justiça comum. Botelho foi preso pelos policiais rodoviários em novembro de 93, depois de assaltar um pedágio no km 92 da rodovia dos Bandeirantes.

Segundo os policiais, Ferraz vinha praticando os assaltos há algum tempo. "Armamos o esquema para prendê-lo e deu certo", conta. De acordo com Eliziário, o ex-soldado assaltou o pedágio em companhia de outro comparsa e, em seguida, os dois tentaram fugir de motocicleta. "Fizemos a perseguiçao, eles caíram da moto e nós os prendemos", diz. "Ficamos surpreso ao ver que se tratava de um policial e ele jurou vingança", diz.

Os dois policiais disseram que abrem mao do sigilo bancário, telefônico e fiscal. "Isso tudo é muito constrangedor", afirmou Botelho. Também queremos ser ouvidos o mais breve possível pela CPI, a fim de esclarecer os fatos", completa Eliziário. Os dois policiais nunca foram alvo de inquéritos ou sindicâncias da corporaçao.

"Se o que os policiais contam é verdade, a explicaçao faz sentido", ponderou o relator da CPI em Campinas. "Temos nos preocupado em nao tomar medidas precipitadas para nao prejudicar ninguém", completou. Segundo ele, a CPI está checando todas as informaçoes.

Tuma também resolveu adiar o depoimento do traficante "Andrezinho Vila Rica", um dos mais famosos de Campinas, que deveria ter ocorrido neste sábado. Entretanto, como a maior parte dos integrantes da CPI já havia deixado a cidade, o relator preferiu ouvir o criminoso numa outra data, em Brasília. "O depoimento dele é importante porque poderá revelar outras ramificaçoes do esquema adotado por Sozza", disse.




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