Economia Titulo Salário
Maioria dos reajustes da
indústria supera inflação

Segmentos que tiveram melhor alta real em 2011 foram
a construção e mobiliário (2,23%) e a metalurgia (2,04%)

Alexandre Melo
Do Diário do Grande ABC
22/03/2012 | 07:00
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Pouco mais de 90% dos acordos salariais assinados entre os sindicatos e indústrias no ano passado ficaram acima da inflação medida pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor). O estudo feito pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) detalha ainda que só 3,1% das negociações ficaram abaixo da inflação de 6,08%.

O percentual de 90,4% dos acordos com aumento acima da inflação foi superior ao resultado de 2010, que totalizou 89,8%. Os segmentos que conquistaram as melhores alta reais no ano passado foram a construção e mobiliário (2,23%) e metalurgia (2,04%). E os menores foram fiação e tecelagem (0,70%) e indústrias urbanas (0,72%).

Para o coordenador de relações sindicais do Dieese, José Silvestre Prado de Oliveira, os resultados dos reajustes salariais foram bons e mantiveram a tendência positiva de 2010. “Não enxergo nenhum recuo nos resultados das negociações trabalhistas para 2012. Se por um lado há crise na Europa e expectativa de crescimento menor da China, do outro há corte na taxa de juro, reajuste do salário-mínimo e expansão do mercado de trabalho”, enumera.

De acordo com Silvestre, a inflação menor que os 6,5% do IPCA de 2011 e o impulso da economia prevista para este ano criam cenário favorável aos trabalhadores na mesa de negociação. Isso indica que os argumentos das empresas como desindustrialização e crise internacional não serão suficientes na queda de braço que ocorre anualmente entre os sindicatos e as companhias.

GERAL- O estudo da entidade indica que 86,8% dos trabalhadores conquistaram aumento real acima da inflação. No ano anterior, essa média ficou em 88,2%. Foram considerados 702 acordos no País, sendo 354 da indústria, 112 do comércio e 236 do setor de serviços.

 

O comércio ficou com o maior percentual de ganhos reais, com 97,3% das negociações com aumentos de salários acima do INPC. A indústria veio em seguida, com 90,4% e serviços, 76,3%.

Fatia de 11,9% dos acordos em serviços, 6,5% na indústria e 1,8% no comércio apenas repuseram a inflação. Tiveram perda real nas remunerações 11,9% das negociações em serviços, 3,1% na indústria e 0,9% no comércio.

Oliveira pontua que historicamente, os ganhos reais da área de serviços ficam atrás dos obtidos pela indústria e pelo comércio. Mas em 2011, a inflação em alta também colaborou para reduzir o ganho real do setor de serviços, o que puxou a média geral para baixo.

 




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