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Retirada de Zala Anbesa causa impacto no povo de Eritréia
Do Diário do Grande ABC
26/05/2000 | 10:42
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Os cidadaos da Eritréia tentavam superar nesta sexta-feira o impacto da notícia da retirada das tropas de seu país de Zala Anbesa (Sul), enquanto vários jovens eram conduzidos de ônibus aos campos de treinamento, onde serao alistados e preparados para a guerra.

O clima é de consternaçao no país, depois do entusiasmo da véspera, diante do anúncio das autoridades de vitórias contra a Etiópia, na frente de batalha.

Nesta sexta-feira, a populaçao ouviu pelo rádio e pela tevê a decisao de seu governo de ordenar a retirada de Zala-Anbesa (130 km ao Sul de Asmara), cidade que haviam conseguido proteger desde o início da guerra, em maio de 1998.

``Que quer dizer isso? É bom ou ruim? É uma derrota ou uma manobra diplomática?', perguntavam perplexos os habitantes aos correspondentes e diplomatas estrangeiros que lhes explicavam o significado político da medida.

Na manha desta sexta-feira, depois da abertura do mercado de Asmara, os comerciantes tentavam recuperar o otimismo ao lembrar os 30 anos de ``luta' que permitiram aos combatentes da Frente Popular de Libertaçao da Eritréia entrar na capital em 24 de maio de 1991, pondo fim à ocupaçao etíope e firmando a queda do DERG (Comitê Militar de Administraçao Provisória), dirigido por Mengistu Haile Mariam.

``Nao é mais que um revés; responderemos', afirmava Haile, um vendedor de frutas de 66 anos. ``Nao se preocupem, estamos acostumados. Em 1978, o DERG, apoiado pelos soviéticos, conseguiu obrigar os combatentes a se retirar de Nafka (220 km ao Norte de Asmara), quando controlavam mais de 90% do país', recorda Gebre, um vendedor de jóias de 57 anos.

``Foi essa retirada estratégica que permitiu a vitória. Hoje nossas forças também aplicam a mesma tática para voltar com mais força', disse Gebre.

Enquanto isso, diante das universidades da capital Asmara, dezenas de estudantes esperavam com suas mochilas os ônibus que os levariam aos campos de treinamento para se preparar para o combate.

``Vou defender meu país', diziam orgulhosos, diante do muro da universidade, em que uma bandeirola amarela levava o lema: ``A Eritréia será sempre a cova dos invasores'.

``Vamos aprender tudo sobre o manejo de armas para estar preparados para o combate decisivo', afirmou Abraham, de 18 anos.




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