Depois de mudar de versão por três vezes e admitir que estava bêbado na primeira vez em que depôs, Bernardes foi oficialmente descartado como testemunha na noite desta quinta.
Para a polícia, o vendedor estava interessado na recompensa de R$ 50 mil prometida pelo governo de São Paulo a quem fornecer informações que levem à prisão dos autores da morte de Celso Daniel. Foi uma das suposições que ele confirmou na quarta, além do seu estado de embriaguez. "Bebi além da conta. Achei que ganharia R$ 50 mil de recompensa. É isso que dá tomar todas", disse.
Informações - Bernardes foi preso na terça-feira à noite, depois de, embriagado, gritar na frente da delegacia de Monte Sião que sabia quem eram os responsáveis pela morte de Celso Daniel.
A polícia o deteve e chamou uma equipe da DAS, que se deslocou de São Paulo para ouvi-lo. Durante depoimento, ele teria dito vários apelidos de supostos membros do crime organizado de Santo André, mas depois voltou atrás, reconhecendo que estava bêbado.
Para o delegado Fábio de Oliveira, da seccional de Ouro Fino, município vizinho a Monte Sião, Bernardes é um "caçador de recompensas". "Ele negou tudo depois e afirmou que estava sob o efeito de substância entorpecente", contou o policial.
Nesta quinta, voltou à delegacia e reafirmou saber sobre o crime, motivando a polícia paulista a investigar algumas das informações. A suposta testemunha afirmava que ouviu moradores das favelas Sacadura Cabral e Tamarutaca, em Santo André, planejarem a morte de Sérgio da Silva Gomes, empresário que acompanhava Celso Daniel na noite de sexta-feira.
O vendedor afirma que o assassinato de Celso não teria motivação política, mas seria uma "queima de arquivo". O comerciante diz que o prefeito foi pego por engano, pois o alvo seria o amigo e ex-assessor dele. A execução ocorreu porque os bandidos temiam o fato de Celso Daniel poder reconhecê-los e denunciá-los se fosse libertado.
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