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Sto.André contesta mortes no trânsito
Do Diário Grande ABC
28/03/2005 | 13:47
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O assistente técnico da Secretaria de Serviços Urbanos de Santo André, Epeus Pinto Monteiro, conselheiro editorial do Diário, avalia que a estatística da Secretaria Estadual de Segurança Pública sobre mortes no trânsito não espelha a realidade em Santo André. Monteiro afirma que o número de mortes em acidentes na cidade foi maior em 2002 e 2003 e que, portanto, é inverídico o aumento de 141% no índice de 2004, como foi observado pelo governo estadual.

O levantamento do Estado leva em conta os registros da Polícia Militar e foi publicado pelo Diário no último dia 20. Esses dados correspondem às ocorrências com morte no local do acidente ou horas depois, no hospital, como foi informado na reportagem. Segundo o especialista da administração municipal Epeus Pinto Monteiro, cerca de 82% das vítimas fatais de acidentes morrem no local, o restante morre meses depois.

“Nossos cálculos (da Prefeitura) levam em conta a evolução do quadro clínico do acidentado, acompanhamos a vítima ferida até 10 meses depois do acidente”, diz Epeus Monteiro, especialista em engenharia de tráfego. A Prefeitura de Santo André contabilizou 72 mortes em 2002 e 58 em 2003, mas ainda não finalizou os dados de 2004. A PM, entretanto, registrou na cidade 22 óbitos em 2002, 24 em 2003 e 58 em 2004.

Segundo Epeus Monteiro, o número da polícia para 2004 coincide com a previsão da Prefeitura. “Devemos fechar o balanço do ano passado com registros de 50 a 60 óbitos.” Para ele, a polícia pode ter passado a fazer o acompanhamento prolongado do quadro clínico de cada vítima. “Talvez a Polícia Militar tenha modificado (em 2004) a forma de colher informações”, acredita Monteiro. A assessoria geral de imprensa da Polícia Militar afirma que não houve qualquer mudança na apuração e tabulação dos dados sobre acidentes de trânsito.

Epeus Monteiro diz que o saldo de uma morte a cada três dias no trânsito da região – conforme indicam os dados da PM – é pouco para a frota do Grande ABC, que supera 1 milhão de veículos. “A OMS (Organização Mundial de Saúde) estipula um ideal de duas mortes a cada 10 mil carros. Em Santo André, conseguimos o índice de 1,67 óbito a cada 10 mil veículos. Se confirmadas as 58 vítimas fatais em 2004, vamos manter o número de mortes de 2003. Mas, com o aumento da frota, vamos chegar a 1,62 óbito para cada 10 mil automóveis, índice inédito”, calcula o técnico da Prefeitura. A frota da cidade é de cerca de 360 mil veículos.

Epeus Monteiro defende que Santo André tem o trânsito mais seguro do Grande ABC. “Atribuo isso ao rigoroso sistema de fiscalização e à filosofia de educar motoristas com aplicação de multas.”



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