As doações para as vítimas dos maremotos na Ásia atingiram neste sábado US$ 1,1 bilhão, mas a ONU (Organização das Nações Unidas) adverte que a ajuda vai demorar semanas parar chegar a muitas zonas devastadas, e adianta um balanço de cerca de 150 mil mortos.
Até o momento, o número de mortos confirmados supera os 126 mil. Enquanto aumenta a quantidade de vítimas fatais e desaparecidos, a população desta região continua sofrendo a inclemência dos fenômenos naturais.
Neste sábado, milhares de sobreviventes das ‘tsunamis’ (ondas gigantes) alojados em quinze acampamentos no Sri Lanka tiveram que abandonar estes locais, inundados pelas chuvas torrenciais que agora assolam o distrito de Ampara (leste), dificultando as operações de salvamento, segundo fontes oficiais. Horas depois, um terremoto de 6,5 graus na escala Richter atingiu novamente o litoral de Sumatra (Indonésia) devastado no domingo passado por um tremor de 9 graus de intensidade, informaram as Agências Sismológicas de Hong Kong e Estrasburgo (França).
Segundo a Agência de Geofísica da Indonésia, o terremoto atingiu 5,9 graus na escala Richter e foi registrado às 6h25 GMT (4h25 de Brasília), a 250 km ao sudoeste da ilha de Sumatra. Um especialista do observatório francês descartou a possibilidade de surgimento de um novo maremoto na região. Durante a noite foram registradas fortes réplicas em Sumatra, de 5,3, 5,2 e 5 graus de magnitude, segundo a agência de geofísica de Jacarta.
Numa visita ao aeroporto de Banda Aceh, o presidente indonésio, Susilo Bambang Yudhoyono, pediu aos soldados que levem imediatamente a ajuda às regiões destruídas. "Cumpram seu dever o melhor possível, noite e dia", disse. Mas o diretor do Escritório de coordenação de Assuntos Humanitários das Nações Unidas na Indonésia, Michael Elmquist, declarou que estão surgindo muitos problemas que dificultam a distribuição. "Vai demorar semanas para atingir todas as regiões isoladas", afirmou Elmquist.
A ONU deu a entender que o balanço de mortos poderá chegar a 150 mil e admitiu que provavelmente nunca será conhecida uma "cifra absoluta e definitiva".
“Grande parte está na Indonésia e Aceh", destacou o coordenador das tarefas de ajuda das Nações Unidas, Jan Egeland. O terremoto mais potente dos últimos 40 anos desencadeou além das ‘tsunamis’, uma onda de solidariedade no mundo todo, tanto de ordem pública como privada. As contribuições oscilam atualmente entre US$ 1,1 e US$ 1,2 bilhão, declarou Egeland.
O governo dos Estados Unidos aumentou sua ajuda, que passou de US$ 35 para US$350 milhões. As autoridades chinesas anunciaram que oferecerão mais US$ 60 milhões, superando os valores oferecidos pela Grã-Bretanha e Suécia. Na maioria dos países da região e muitas cidades do mundo, foram canceladas festas de Ano Novo.
O secretário de Estado americano, Colin Powell, reuniu-se com o secretário-geral da ONU, Kofi Annan, para coordenar a ajuda visando o próximo encontro de cúpula sobre este problema a ser realizado no dia 6 de janeiro, na Indonésia, que já tem confirmadas as participações da Austrália e Japão.
Além das doações, continua subindo o número de vítimas. As autoridades tailandesas divulgaram neste sábado um balanço de mais de 4,8 mil mortos, e acreditam que este número deve ficar entre 7 e 8 mil. No Sri Lanka há pelo menos 13.976 desaparecidos.Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.