Neste sábado, cerca de dois mil soldados talibãs se renderam à Aliança do Norte e entregaram suas armas. Também no sábado, cerca de 600 estrangeiros – entre eles paquistaneses, chechenos, russos e árabes - se entregaram à coalizão. Neste domingo, esses mesmos estrangeiros, detidos em Mazar-i-Sharif, promoveram uma espécie de rebelião. O motim foi controlado por soldados da Aliança do Norte, deixando mortos vários militantes pró-talibã e o restante recapturado.
Um dos comandantes da Aliança, Ustad Attah, não soube informar o número de estrangeiros mortos nem de recapturados. O Pentágono confirmou a rebelião e também informou que não há estimativas sobre o número de mortos. O Departamento de Defesa dos EUA disse que os aviões americanos ajudaram a conter o motim.
Segundo a rede CNN, um intérprete afegão de um canal de TV alemão que estava presente do local para filmar os prisioneiros contou que os rebeldes tomaram os guardas e que o número de mortos no final do confronto foi bastante alto, podendo chegar a mais de cem.
Perdão — Apesar da rebeldia dos estrangeiros, o presidente Burhanuddin Rabbani - deposto pelo Talibã e que hoje atua como um dos líderes daiança em Kabul - garantiu a segurança dos estrangeiros que combateram com os talibãs. "Embora tenham cometido crimes de guerra no Afeganistão vão se beneficiar da anistia geral que decretamos e serão perdoados se depuserem as armas", disse em entrevista coletiva concedida em Kabul.
"Dei instruções a todos os comandantes da Frente Unida de Mazar-i-Sharif, Kunduz e Tajar para que não assediem, molestem ou humilhem os prisioneiros de guerra, sejam talibãs afegãos ou combatentes estrangeiros", disse o presidente do Afeganistão reconhecido pela ONU.
Numa declaração surpreendente, Rabbani não descartou a participação dos talibãs no governo de transição do Afeganistão. Ainda sobre a reunião em Bonn (Alemanha), o presidente assinalou que a delegação da Aliança que participará da conferência partirá de Kabul na segunda-feira. A delegação será formada por onze pessoas e será a mais numerosa, acrescentou Rabbani.
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