Candidaturas opostas ao projeto de reeleição do prefeito de Diadema, Mário Reali (PT), enfrentarão dificuldades para a escolha de seus vices. Com grande parte das legendas no barco de aliança do chefe do Executivo, as opções de composição para os partidos oposicionistas ficarão escassas e vão forçar os coordenadores de campanha a procurarem nomes alternativos da política diademense.
O ex-deputado estadual José Augusto da Silva Ramos (PSDB) sempre teve o PSB como alicerce na disputa eleitoral contra o PT. Em 2004 e 2008, o tucano contou com Manoel José da Silva, o Adelson, como vice. Após duas derrotas nas urnas, o socialista fechou com o Executivo e agora caminha junto com Reali depois de assumir a Secretaria de Segurança Alimentar.
"Claro que há dificuldades, mas vamos encontrar um nome que agregue muito à campanha do Zé Augusto", garante o presidente do PSDB de Diadema, vereador José Francisco Dourado. Com o fim do prazo de filiações, o parlamentar começará a negociar com legendas que ficaram fora da cesta de aliados de Reali.
Outra alternativa estudada no ninho tucano é possível desavença no bloco governista depois que Reali anunciar o candidato a vice em sua chapa. Muitos acreditam que não há nomes na ala situacionista capazes de unir todo o grupo.
O vereador Lauro Michels (PV) trata o tema com cautela. O verde por enquanto formula uma base sólida de apoio para dar musculatura à candidatura própria ao Paço. Somente o PP sinalizou endossar o projeto de Michels, mas o parlamentar reforça que há outros partidos na mira.
Segundo alguns verdes, o vice poderá sair do meio empresarial. Além de não ter rejeição do eleitorado, o empresário traria credibilidade a outros profissionais do setor e fomentaria financeiramente a candidatura de Michels. "Estamos estudando todas as possibilidades."
A candidatura da diretora regional do Sindicato dos Engenheiros do Estado de São Paulo, Silvana Guarnieri (PTB), enfrenta problema distinto. Silvana é pouco conhecida no meio político e esse pode ser entrave para atração de um vice com bom potencial eleitoral. O PTB já tem traçado estratégias para massificar a candidatura de Silvana. A primeira delas é fazer com que a dirigente sindical assuma a presidência do PTB local.
Tranquilidade no governo pode causar racha entre aliados
Do outro lado da eleição, o prefeito de Diadema, Mário Reali (PT), tem um leque de postulantes a vice para escolher. Os nomes mais comentados nos corredores do Paço são do atual vice, Gilson Menezes (PSB), o secretário de Segurança Alimentar, Manoel José da Silva, o Adelson (PSB), do presidente da Câmara, Laércio Soares (PCdoB), e da vereadora Cida Ferreira (PMDB).
Só que a aparente tranquilidade poderá se tornar em uma imensa dor de cabeça a Reali e uma cisão no bloco governista. PSB e PMDB já mandaram recados abertos ao governo de que, se não dividirem legenda com o prefeito, abandonarão o projeto de reeleição.
Adelson reforça que não há necessidade de troca, uma vez que Gilson ainda agrega politicamente. "Se trocar, o PSB terá candidato próprio. Entendemos que não há motivos para tirar o companheiro Gilson da vice", reitera o secretário, que preside o PSB de Diadema.
Já o PMDB, depois da filiação do vereador Edmilson Cruz, ganhou musculatura para exigir novo tratamento na ala governista. Líderes peemedebistas pregam que a fidelidade à gestão petista desde a época de José de Filippi Júnior (PT) é uma credencial válida para que o PMDB saia vencedor na briga interna.
Laércio é o mais comedido na corrida pela indicação. O comunista não se ausentou na luta para ocupar o posto, mas assegura que seu projeto principal é expandir o número de vereadores do PCdoB em Diadema.
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