O primeiro volume (170 págs.) contém uma retrospectiva do corpo principal da obra do escultor, pintor, gravurista, desenhista e fotógrafo, biografia ilustrada com 50 imagens e um precioso texto, do crítico Frederico Morais, nomeado como Frans Krajcberg: A Arte Como Revolta. No segundo (92 págs.), com citaçoes de Antonio Houaiss, Walter Salles Jr., Pierre Restany e Roberto Pontual, estao 70 fotos tiradas pelo próprio Krajcberg durante suas incursoes por florestas brasileiras.
"Se Mondrian passou da árvore ao quadrado, ele apenas soube aproveitar uma das infinitas possibilidades da árvore. Entao, vamos rever o quadrado para reencontrar a árvore", diz o artista em uma espécie de posicionamento histórico e estético. Do ponto de vista motivacional - bem mais político, no caso -, ele ressalta: "Sou um homem inteiramente ligado à natureza. Meu ser, minha vida, minha cultura sao a natureza. Dela dependem minha sobrevivência e minha criatividade".
A partir dessas afirmaçoes, e considerando o notório sofrimento de Krajcberg diante do caos ambiental existente no Brasil, descobre-se o motivo dos nomes escolhidos para os dois livros. "Meu trabalho espelha a importância inequívoca da natureza para o futuro do homem na Terra", conclui.
Revolta e Natura significam, também, o início de um louvável projeto de catalogaçao geral da monumental produçao de Krajcberg, um homem que se destaca por qualidades como idealismo, simplicidade e integridade, que habita uma casa cravada no alto de uma árvore em Nova Viçosa, no litoral baiano, e que, apesar de sua brasilidade, ainda é bem mais aplaudido na Europa.
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